segunda-feira, agosto 01, 2016

DOIS CORAÇÕES UNIDOS

Fala da Eucaristia e do Rosário


Era o Coração Divino de Jesus.
Enquanto Ele assim me falou, estava ao Seu lado e ao meu lado o Coração Imaculado da Mãezinha, que me cobria de carícias. Dos Seus Corações terníssimos, mas cercados de espinhos, saíam raios luminosos que iam ao encontro uns dos outros, faiscando como nuvens que se chocam. Pelo meio saía o rosário e parecia passar pelo centro dos corações. O meu coração compartilhou de tudo isto.
— Ó Mãezinha, que quer dizer o rosário nos Vossos Corações?
Falou-me a Mãezinha, beijando-me e pegando-me pela mão.
— Fala dele, minha filha. Jesus te pediu e eu te peço também. Pedimos-te o rosário, pedimos-te a Eucaristia, amores dos Nossos Corações. A Eucaristia e o Rosário, os teus sofrimentos com os das outras vítimas, eis os meios por Nós indicados para a salvação da humanidade perdida. Tu és o porta-voz, tu levas ao mundo inteiro os desejos de Jesus e de Maria, o que Eles pedem para o salvar. Sacrário, o rosário, dor sem igual da grande vítima deste calvário, vida nova, vida pura, vida santa.
Coragem, coragem, grande heroína! Bem depressa te conduzo pela mão ao Paraíso.

Coloca no lugar destes espinhos que temos nos Corações a tua dor, o teu sangue, as flores das tuas virtudes, do teu martírio. (S. 24-12-1944)

ENCAMINHA-OS AO MEU DIVINO CORAÇÃO

Jardim de flores divinas


― Minha filha, une a tua dor à minha, suaviza-a no amor do meu divino: Eu suavizo a minha no teu. Ama-me, és por mim amada, és cofre de riqueza, depositária dos dons divinos. Minha filha, anjo querido, a tua dor foi adornar o manto e a coroa que a tua Mãezinha te entregou.
Que brilho, que brilho com ela foi dado! É dor de glória, é dor de salvação. É mar de martírio, é mar de imolação!
Minha filha, jardim celeste de flores divinas, prado mimoso que apascentas os pecadores. Apascenta-los de graça, pureza e amor; guarda-os, guia-os, pastorinha divina, pastorinha escolhida por Jesus. Purifica-os, purifica-os para mim; guia-os, encaminha-os ao meu divino Coração.

Minha filha, mestra das ciências divinas, guarda o que há oito dias em teu coração foi depositado por mim e minha bendita Mãe: é o mundo, são os pecadores. É valor infinito, é o meu divino Sangue. São almas salvas pela tua dor. (S. 15-12-1944)

NÃO VIVES A VIDA DO MUNDO

A mais rica das missões


— Ó Jesus, tudo por vosso amor; nem força tenho para respirar.
A pouco e pouco, perdi todo o sangue: parecia-me estar moribunda. Principiei a sentir na minha alma uma paz suave e doce; era paz celeste. Parecia-me deixar o mundo, ir gozar o Céu.
Fiquei por muito tempo como que a dormir um sono terno, aquecida por um calor que me queimava o coração e irradiava todo o peito. Principiou Jesus a falar-me:

— Minha filha, não vives a vida do mundo, desprendeste-te de tudo o que é dele. Vives no Céu, vives do que é divino. Os teus caminhos são caminhos de Cristo; é por isto que não és compreendida. Olha, meu anjo, é sublime a tua missão: é a mais rica das missões. Eis a razão por que és odiada e perseguida; odiada por Satanás, pelas almas que lhe roubas. Perseguida pelo mundo, porque não compreende a vida que vives, o que é a minha vida nas almas. Não temas, filhinha, não te é roubado o tesouro imenso que com minha Mãe te entreguei. É só para teu maior martírio, proveito para as almas e grande glória para Mim. Fechei-o com Minha bendita Mãe com chaves de oiro; selámos-te o coração com selos divinos. Que dor para o Meu divino Coração ao ver a tua dor! (S. 22-12-1944)

CONSAGRAÇÃO A MARIA

Mãezinha, fazei-me humilde…


Mãezinha, fechai-me para sempre no Seu Divino Coração e dizei-lhe que O ajudais a crucificar-me, para que não fique no meu corpo nem na minha alma nada por crucificar.
Ó Mãezinha, fazei-me humilde, obediente, pura, casta na alma e no corpo. Fazei-me pura, fazei-me um anjo. Transformai-me toda em amor, consumi-me toda nas chamas do amor de Jesus.
Ó Mãezinha, pedi perdão a Jesus por mim! Dizei-Lhe que é o filho pródigo que volta a casa do seu bom Pai, disposto a segui-Lo, a amá-Lo, a adorá-Lo, a obedecer-Lhe e a imitáLo. Dizei-Lhe que não quero mais ofendê-Lo.

Ó Mãezinha, obtende-me uma dor tão grande dos meus pecados, que seja tal o meu arrependimento que eu fique pura, que eu fique um anjo! Pura como fiquei depois do meu Baptismo, para que pela minha pureza mereça a compaixão de Jesus de O receber sacramentalmente todos os dias e de possuí-Lo para sempre em mim até dar o último suspiro. (Autobiografia)