ORIGEM
Esta devoção tira a sua origem dum colóquio entre Jesus e S. Bernardo de
Claraval.
Estando ele certo dia em oração, sentiu-se inspirado a perguntar a Jesus
qual tinha sido, durante a Paixão, a chaga que O fizera sofrer mais e que era mais
ignorada dos homens.
Jesus respondeu-lhe:
“Eu tinha uma chaga profundíssima no ombro no qual carreguei a minha pesada
Cruz. Essa chaga era mais dolorosa que as outras. Os homens não fazem dela
menção porque não a conhecem. Honrai essa chaga e farei tudo o que por ela me
pedirdes.”
EM BALASAR
Alguns séculos mais
tarde, no Calvário de Balasar, sem que a Alexandrina lhe fizesse a pergunta,
Jesus fala dessa dolorosa chaga, uma primeira vez, quando lhe pede que aceite
os ataques do demónio, para reparar por um sacerdote que se encontrava em risco
de se perder eternamente.
«Oferece-me cinco por cada um deles em honra das
minhas divinas chagas. Desejava tanto que elas fossem mais amadas e mais amado
fosse o meu divino Coração. Espalha, espalha, incendeia no mundo o meu divino
amor. Aceita e oferece-me mais um combate em honra da chaga do meu sagrado
ombro; oferece-ma pelo sacerdote. Concorreu tanto para ma aprofundar! Oh!
quanto eu sofri com ela!» (Sentimentos da alma, 9 de Fevereiro de 1945)
Alguns dias mais
tarde, a Alexandrina confirma o ataque diabólico e a oferta que faz deste ao
Senhor, para a conversão do sacerdote em causa:
«O primeiro ataque ofereci-o a Jesus em honra da
chaga do Seu santíssimo ombro e para reparar pelo sacerdote, como Jesus me
pediu.» (Sentimentos da alma,
13 de Fevereiro de 1945)
Mas a Alexandrina
vai sentir ela mesma, nas suas carnes a veemência daquela dor que causara tanto
sofrimento a Jesus:
«A dor da chaga do ombro tirava toda a vida ao
coração.» (Sentimentos da
alma, 26 de Outubro de 1945)
Em 10 de Janeiro
de 1947, ela volta a falar da chaga do ombro, quando presa na cruz a sente ao
vivo:
«No alto da cruz sentia todas as chagas, mas mais
vivamente a do ombro.»
Dois anos mais
tarde, o Senhor volta a falar desta dolorosíssima chaga, quando lhe que
propague a devoção das seis primeiras
quintas-feiras de cada mês.
«Minha filha, minha esposa querida, faz que Eu seja amado, consolado e
reparado na minha Eucaristia.
Diz em meu nome que todos
aqueles que comungarem bem, com sinceridade e humildade, fervor e amor em seis
primeiras quintas-feiras seguidas e junto do meu sacrário passarem uma hora de
adoração e íntima união comigo, lhes prometo o Céu.
É para honrarem pela Eucaristia as minhas santas Chagas, honrando primeiro
a do meu sagrado ombro tão pouco lembrada.
Quem isto fizer, quem às santas Chagas juntar as dores da minha Bendita Mãe
e em nome delas nos pedir graças, quer espirituais, quer corporais, eu lhas
prometo, a não ser que sejam de prejuízo à sua alma.
No momento da morte trarei comigo minha Mãe Santíssima para defendê-lo.»
(Sentimentos da alma de 25 de Fevereiro de 1949)
ORAÇÃO:
Ó Amantíssimo Jesus, manso Cordeiro de Deus, apesar de eu ser uma criatura
miserável e pecadora, Vos adoro e venero a Chaga causada pelo peso da Vossa
Cruz que, dilacerando Vossas carnes, desnudou os ossos do Vosso Ombro sagrado e
da qual a Vossa Mãe Dolorosa tanto se compadeceu.
Também eu ó aflitíssimo Jesus me compadeço de Vós e do fundo do coração Vos
louvo, Vos glorifico, Vos agradeço por propor esta chaga dolorosa de Vosso
ombro em que quiseste carregar a Vossa Cruz, pela minha salvação e pelo
sofrimento que padecestes, Vos rogo com muita humildade, tende piedade de mim,
pobre criatura pecadora, perdoai os meus pecados, conduzindo-me ao céu, pelo
caminho da Vossa Santa Cruz. Assim seja.
Rezam-se 7 Ave Marias
E acrescenta-se:
«Minha Mãe Santíssima,
imprimi no meu coração as chagas de Jesus crucificado.»
"Ó dulcíssimo Jesus,
não sejais meu Juiz, mas meu salvador"
Afonso Rocha
Sem comentários:
Enviar um comentário