Está cansado de amor
— Tem
coragem, minha filha, confia em mim que não te engano. Habito contente em teu
coração, em teu coração que é como que uma caldeira de azeite na qual são
fritos os mártires. A caldeira do teu coração é caldeira de amor, é caldeira
que purifica e faz de muitos corações mártires de amor, de amor de que o meu
Divino Coração tem sede. Ditosa és, pomba querida, ditosa e poderosa serás
sempre. Em tuas veias corre o sangue do teu esposo Jesus e o sangue virginal da
tua e minha Bendita Mãe. Tudo recebeste dela, quando uniu os seus santíssimos
lábios aos teus. Arde, filhinha, no meu divino amor, purifica, virgem fiel,
purifica o mundo. Quero amor, quero graça, quero pureza. É por ti, mensageira
de Jesus, que todas as almas receberão riqueza e tesouros divinos.
— Tenho o
coração cansado, Jesus.
— Cansado de
amor, filhinha.
— Cansado de
possuir o Vosso amor, da grandeza dele, mas não de Vos amar, porque não Vos amo
nada. Bem sabeis que de mim só tenho miséria. É ela que vejo em mim.
— Amas,
amas, minha filha, amas o meu divino coração a mais não poderes amar. Estás
cansada de amor, e o amor também consome. Assim tem de ser para a alta missão
que te destinei. Alta, alta, sublime, a maior das missões.
— Obrigada,
obrigada, meu Jesus. Dai a todos os corações, dai a todas as almas este Vosso
amor. (Alexandrina Maria da Costa: 25 de Maio de 1945).