Algures, 3 de março de 2008
Cara Alexandrina,
Quando eu leio os teus escritos, os teus “Sentimentos da Alma”, sinto uma grande vontade, um grande desejo de te imitar, mas depressa me dou conta que estou longe, muito longe de ti, para verdadeiramente poder procurar imitar-te.
O meu quotidiano nada mais é do que um rio cheio de detritos, de imundices, de pecado: a minha miséria é maior do que eu e submerge-me.
Que podes tu fazer por mim? Como podes tu ajudar-me? Não tens dó de mim, eu que sou o teu irmãozinho?
Ó irmãzinha querida, ajuda-me! Ajuda-me a fugir ao pecado e à ocasião de pecar, para que eu possa marchar na direcção do Senhor como tu o fizeste, tu que, apesar dos grandes sofrimentos, tão maravilhosamente o conseguiste fazer.
Irmãzinha querida, vê como sou miserável et tem piedade!
Tu sofreste pelos maiores pecadores: fazia eu já parte do número desses?
Sofreste tu por mim quando ainda te não conhecia?
Penso que sim e, quero agradecer-te e a minha maneira de te agradecer será de procurar imitar as tuas virtudes. Mas, mesmo para fazer isso, preciso da tua ajuda, porque sou verdadeiramente miserável e frágil... A minha vontade é como uma esponja: quando está cheia de água, encontra-se confortada, mas quando a água se esvai, logo seca, torna-se rígida, incapaz do mínimo esforço, do mínimo movimento...
Minha irmãzinha, estou agora a escrever-te, agora neste momento... e nem sei porque razão o faço... mas faço-o como se obedecesse a uma impulsão... Se és tu que me inspiras, recebe os meus agradecimentos sinceros e agradece por mim ao Senhor que de ti se serve uma vez mais para me prevenir que devo arrepiar caminho...
Estas palavras “arrepiar caminho”, tu as conheces bem: muitas vezes as ouviste da boca de Jesus e, tu mesma muitas vezes as disseste àqueles irmãos que te vinham visitar...
Tu sabes que eu te amo dum amor particular, porque eu só me sinto bem ― pondo de parte os mementos em que o “outro” me puxa pelos pés! ― que eu só me sinto bem, dizia, quando leio os teus escritos e quando falo de ti e de tudo o que foste e fizeste...
Mas, não será isso também uma “fachada”, uma árvore que esconde a imensa floresta da minha alma, esta alma que se sente triste a morrer, que não sabe o que fazer, que já não sabe para que santo se voltar?
Irmãzinha querida, ajuda-me a viver em Jesus, de Jesus e para Jesus, como tu mesma tão bem o fizeste. Ajuda-me a lavar toda esta sujidade que cobre a minha pobre alma, para que, ficando “limpo”, eu possa apresentar-me diante do Senhor, cheio de alegria e o coração repleto de amor...
Como tu, também eu possa dizer: “Jesus, eu não sei quanto te amo, não sei como te amo, mas sei que quero amar-te!”
Alexandrina Maria, minha irmãzinha do Céu, roga por mim a Jesus!
Eu não assino, mas tu sabes quem eu sou...
1 comentário:
Rezemos por Ferrer García, preso político católico cubano, em greve de fome por condições desumanas
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