Meu Deus, que confusão a minha !
— Minha filha, ó filhinha amada,
tesoureira do teu Jesus, depositária, distribuidora do amor do meu divino
coração. O teu corpo é o sacrário que contém o vaso sagrado da minha
Eucaristia. O teu coração é esse vaso, a Eucaristia sou eu. Dei-me em alimento
às almas, criei-te para alimento das mesmas almas. Tens em ti o sangue de
Cristo, a vida de Cristo. És a vida que dá vidas, és o cofre que possui todo o
amor de Jesus. Atraíste-o, colheste-o para ti, és tesoureira de amor;
guardei-o, depositei-o todo em ti; distribui-o, minha mensageira, enriquece o
mundo, salva-me, salva-me as almas. Faço aqui o meu céu na terra, o meu paraíso
no teu coração. Adoram-me, louvam-me em ti os anjos. Olha que multidão deles e
de bem-aventurados! Olha tantas almas já salvas por ti!
Que grande massa eu vi! Eram as almas e ao
lado delas muitos anjos. Que grande alegria e que grande louvor davam a Jesus.
— Minha filha, já salvaste mais, muitas
mais. O teu sofrimento é um mar de riqueza, são tesouros imensos, riquezas
valiosíssimas para o resgaste das almas. Não te digo, minha filha, algumas
almas que por ti foram salvas, não porque te envaideças, porque tudo o que
fazes é por mim, e preparei-te para tudo, mas porque te causa grande sofrimento
e humilhação. As almas grandes em mim só se sentem bem nas coisas humildes e
pequeninas. Oh! como eu as amo! Vem cá, vem cá, minha filha, vem ver o meu
divino Coração: que profunda chaga ele tem! Aceita-o, toma-o em tuas mãos,
suaviza a minha dor, cura esta chaga com a ternura dos teus olhares, a doçura
dos teus lábios e o fogo do teu amor. Cura-a com o aroma das flores do teu
jardim de virtudes.
— Meu Deus, que confusão a minha ao
ver-me depositária do Coração Divino de Jesus!
Sentimentos, 4 de Maio de 1945
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