quarta-feira, maio 23, 2018


PRIMEIRO EXAME DA SANTA SÉ


– Em 1 de Maio de 1937, recebi a vista de Rev.mo o Padre Durão. Vinha mandado da Santa Sé para examinar o caso da consagração do Mundo a Nossa Senhora. O meu desejo era viver ocultamente, sem que ninguém soubesse o que se passou. Sua Reverência entregou à minha irmã um cartão do meu Director espiritual e disse-lhe que mo lesse. Ao ouvir as palavras do cartão que eram assim «Vai aí o Sr. Padre Durão; fale-lhe à vontade e responda-lhe a tudo o que lhe perguntar», fiquei admirada e disse para a minha irmã: «Que hei-de eu dizer-lhe?» Não sabia que era preciso estes exames para casos destes. Minha irmã animou-me e disse-me: «Dirás o que Nosso Senhor te inspirar.»


Fiquei surpreendida quando me fez perguntas das coisas de Nosso Senhor, mas, sem a mais pequena hesitação, comecei a responder às suas perguntas. Sua Reverência disse-me que só queria que lhe dissesse o principal, pois não me queria cansar, visto ser grave o meu estado. Respondi-lhe que não sabia que era o principal. Sua Reverência disse-me: «Gosto disso, gosto disso.» E foi quando me falou da consagração do mundo a Nossa Senhora. Depois de me fazer várias perguntas, com muito bom modo, disse-me: «Não se enganará?» Ao ouvir estas palavras, passou-me pela mente o engano da minha morte e pensei assim: «Isto é contra mim, vou já dizê-lo.» Então respondi: «Enganei…» E contei-lhe o que se tinha passado na Festa da Santíssima Trindade de 1936. Sua Reverência não mais me disse se estaria enganada, e falou assim: «Estas coisas custam muito, não custam?» Respondi: «Custam e fico triste.» E comecei a chorar. Sua Reverência pediu-me para o não esquecer nas minhas orações e prometeu-me nunca me esquecer no Santo Sacrifício da Missa.
Ajoelhou-se, rezou três Ave-Marias a Nossa Senhora e algumas jaculatórias. Despediu-se de mim e retirou-se. Chorei muito e fiquei muito atribulada e triste por se saber o que há tanto tempo de passava ocultamente. Escrevi logo ao meu Director espiritual, contando-lhe tudo. Sua Reverência respondeu-me imediatamente sossegando-me e dizendo que era tudo para glória de Nosso Senhor.

Nota do Padre Mariano Pinho: «Esqueceu a narração de como, em Setembro de 1936, se escreveu para a Santa Sé sobre a Consagração.

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