PRIMEIRO EXAME DA SANTA SÉ
– Em 1 de
Maio de 1937, recebi a vista de Rev.mo o Padre Durão. Vinha mandado da Santa Sé
para examinar o caso da consagração do Mundo a Nossa Senhora. O meu desejo era
viver ocultamente, sem que ninguém soubesse o que se passou. Sua Reverência
entregou à minha irmã um cartão do meu Director espiritual e disse-lhe que mo
lesse. Ao ouvir as palavras do cartão que eram assim «Vai aí o Sr. Padre Durão;
fale-lhe à vontade e responda-lhe a tudo o que lhe perguntar», fiquei admirada
e disse para a minha irmã: «Que hei-de eu dizer-lhe?» Não sabia que era preciso
estes exames para casos destes. Minha irmã animou-me e disse-me: «Dirás o que
Nosso Senhor te inspirar.»
Fiquei
surpreendida quando me fez perguntas das coisas de Nosso Senhor, mas, sem a
mais pequena hesitação, comecei a responder às suas perguntas. Sua Reverência
disse-me que só queria que lhe dissesse o principal, pois não me queria cansar,
visto ser grave o meu estado. Respondi-lhe que não sabia que era o principal.
Sua Reverência disse-me: «Gosto disso, gosto disso.» E foi quando me falou da
consagração do mundo a Nossa Senhora. Depois de me fazer várias perguntas, com
muito bom modo, disse-me: «Não se enganará?» Ao ouvir estas palavras, passou-me
pela mente o engano da minha morte e pensei assim: «Isto é contra mim, vou já
dizê-lo.» Então respondi: «Enganei…» E contei-lhe o que se tinha passado na
Festa da Santíssima Trindade de 1936. Sua Reverência não mais me disse se
estaria enganada, e falou assim: «Estas coisas custam muito, não custam?»
Respondi: «Custam e fico triste.» E comecei a chorar. Sua Reverência pediu-me
para o não esquecer nas minhas orações e prometeu-me nunca me esquecer no Santo
Sacrifício da Missa.
Ajoelhou-se,
rezou três Ave-Marias a Nossa Senhora e algumas jaculatórias. Despediu-se de
mim e retirou-se. Chorei muito e fiquei muito atribulada e triste por se saber
o que há tanto tempo de passava ocultamente. Escrevi logo ao meu Director
espiritual, contando-lhe tudo. Sua Reverência respondeu-me imediatamente
sossegando-me e dizendo que era tudo para glória de Nosso Senhor.
Nota do Padre Mariano Pinho: «Esqueceu a narração de como, em
Setembro de 1936, se escreveu para a Santa Sé sobre a Consagração.
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