O fontanário que não se esgota.
Ó Jesus, faça-se a Vossa divina vontade! Seja
tudo pelo Vosso divino amor e pelas almas.
Posso afirmar com toda a verdade:
outra coisa não quero na vida, a não ser amar e fazer Jesus amado, dar-lhe
almas, muitas almas, todas as almas. Ai, que loucura! Não posso consentir na
sua perda! Elas custaram o Sangue de Jesus; mas para isso preciso de guia e
amparo. Preciso de todo o Céu.
Oh! Meu Deus, como é tormentoso o meu viver
nesta masmorra escura que tantas lembranças me traz! Tudo é inútil em mim, mas,
apesar disso, logo de madrugada, tudo ofereço ao Céu. A minha alma tinha tanto
para dizer, mas eu não posso dizer nada. Quando, nesta madrugada, fazia a
oferta ao Senhor, atormentei-me tanto que torcia e destorcia como vergasta
verde que o vento torce e destorce, mas não destrói. Durante o dia fui repetindo o meu creio sem
crer, actos de amor sem esses sentimentos mais e mais até que chegou a hora de
Jesus:
— “Minha filha, minha filha, estou aqui, acredita, confia; estou aqui no
teu coração. Deixa-Me, deixa-Me; quero deliciar-me nele, quero descansar e
contemplar os seus adornos para esquecer os crimes hediondos de tantas, tantas
iniquidades. Quero descansar e fortificar-te ao mesmo tempo. Para tal reparação
e toda a espécie de reparação, só uma vítima assim generosa e cheia de
heroísmo. Coragem, coragem! Não pode haver mais maldade, e tu não podes dar-Me
mais reparação. O mundo! O mundo! Ai dele, se não se converte! O que o espera!
O que o espera! Acode às almas, acode às almas! Deixa-as vir sequiosas a este
fontanário por Mim enriquecido, que não se esgota”.
(Sentimentos da alma, 28 de Janeiro de 1955)
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