MIGALHAS
Continuo a sofrer
dolorosa e amargamente ; mal sei explicar.
Não cabem em mim
as ânsias que tenho que o meu Pai espiritual venha a tomar de novo a direcção
espiritual da minha alma. Não sei porque tenho juntamente um
susto, ummedo dele.
Ó meu Deus, que tormento tão doloroso ! Vai desaparecendo
a vida da minha dor sem que ele me seja dado. O mesmo se dá com o médico, a
quem tanto devo. Ansiosa de o ver sempre junto de mim, mas sempre assustada
tanto dele como das pessoas que tanto amo. Sinto-me sozinha, completamente
sozinha ; para mim não há amigos na terra.
A tempestade continua, são estes os sentimentos da minha alma.
E eu, sozinha, ó meu Deus, só Vós podeis valer-me.
Mas, ai ! Pobre de mim ! Parece-me que mesmo Vós me abandonastes.
O que mais virá, meu Deus ? Lanço os olhos pela janela do meu quarto... Estava
de nuvens. Fitei nelas os meus olhares. Admirava a grandeza do Criador.
Rasgaram-se essas nuvens et entre elas o azul do Céu. Não pude resistir a tanta
saudade. Queria voar para lá, mas que distância entre mim e o firmamento (S. 08-09-1944)
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