quinta-feira, novembro 14, 2019

HINO AOS SACRÁRIOS


Na última emissão comecei a falar-vos do amor da Alexandrina pelos sacrários e pelo “prisioneiro do amor”.


Em 1930 ela escreveu esta bela oração que é, sem qualquer dúvida, um grito do seu coração amoroso de Jesus e dos sacrários onde Ele habita por amor por nós:

«Ó meu querido Jesus, quero ir visitar-Vos aos Vossos sacrários mas não posso, porque a minha doença obriga-me a estar retida no meu querido leito de dor. Faça-se a Vossa vontade, Senhor, mas, ao menos, meu Jesus, permiti que nem um momento se passe sem que à portinha dos Vossos sacrários eu vá em espírito dizer-Vos:

Meu Jesus, quero amar-Vos, quero abrasar-me toda nas chamas do Vosso amor e pedir-Vos pelos pecadores e pelas almas do Purgatório.»

É também nesta ocasião que, abrasada pelo amor aos sacrários que ela escreveu o Hino aos Sacrários, que é uma das mais belas orações da Igreja católica em honra de Jesus sacramentado.

Ei-lo, na sua íntegra:

Ó meu Jesus, eu quero que cada dor que sentir, cada palpitação do meu coração, cada vez que respirar, cada segundo das horas que passar, sejam actos de amor para os vossos Sacrários.

Eu quero que cada movimento dos meus pés, das minhas mãos, dos meus lábios, da minha língua, cada vez que abrir os meus olhos ou os fechar, cada lágrima, cada sorriso, cada alegria, cada tristeza, cada atribulação, cada distracção, contrariedades ou desgostos, sejam actos de amor para os vossos Sacrários.

Eu quero que cada letra das orações que reze, ou oiça rezar, cada palavra que pronuncie ou oiça pronunciar, que leia ou oiça ler, que escreva ou veja escrever, que conte ou oiça contar, sejam actos de amor para com os vossos Sacrários.

Eu quero que cada beijinho que Vos der nas vossas santas imagens ou da vossa e minha querida Mãezinha, nos vossos santos ou santas, sejam actos de amor para os vossos Sacrários.

Ó Jesus, eu quero que cada gotinha de chuva que cai do céu para a terra, toda a água que o mundo encerra, oferecida às gotas, todas as areias do mar e tudo o que o mar contém, sejam actos de amor para os vossos Sacrários.

Eu Vos ofereço as folhas das árvores, todos os frutos que elas possam ter, as florzinhas oferecidas pétala por pétala, todos os grãozinhos de sementes e cereais que possa haver no mundo, e tudo o que contêm os jardins, campos, prados e montes, ofereço tudo como actos de amor para os vossos Sacrários.

Ó Jesus, eu Vos ofereço as penas das avezinhas, o gorjeio das mesmas, os pêlos e as vozes de todos os animais, como actos de amor para os vossos Sacrários.

Ó Jesus, eu Vos ofereço o dia e a noite, o calor e o frio, o vento, a neve, a lua, o luar, o sol, a escuridão, as estrelas do firmamento, o meu dormir, o meu sonhar, como actos de amor para os vossos Sacrários.

Ó Jesus, eu Vos ofereço tudo o que o mundo encerra, todas as grandezas, riquezas e tesouros do mundo, tudo quanto se passar em mim, tudo quanto tenho costume de oferecer-Vos, tudo quanto se possa imaginar, como actos de amor para os vossos Sacrários.

Ó Jesus, aceitai o Céu, a terra, o mar, tudo, tudo quanto neles se encerra, como se esse «tudo» fosse meu e de tudo pudesse dispor e oferecer-Vos como actos de amor para os vossos Sacrários.

Que bom seria que muitos recitassem esta extraordinária oração!

Afonso Rocha

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