Na última emissão comecei a falar-vos do amor da Alexandrina pelos
sacrários e pelo “prisioneiro do amor”.
Em 1930 ela escreveu esta bela oração que é, sem qualquer dúvida, um grito
do seu coração amoroso de Jesus e dos sacrários onde Ele habita por amor por
nós:
«Ó meu querido Jesus, quero ir
visitar-Vos aos Vossos sacrários mas não posso, porque a minha doença obriga-me
a estar retida no meu querido leito de dor. Faça-se a Vossa vontade, Senhor,
mas, ao menos, meu Jesus, permiti que nem um momento se passe sem que à
portinha dos Vossos sacrários eu vá em espírito dizer-Vos:
Meu Jesus, quero amar-Vos, quero
abrasar-me toda nas chamas do Vosso amor e pedir-Vos pelos pecadores e pelas
almas do Purgatório.»
É também nesta ocasião que, abrasada pelo amor aos sacrários que ela
escreveu o Hino aos Sacrários, que é uma das mais belas orações da Igreja
católica em honra de Jesus sacramentado.
Ei-lo, na sua íntegra:
Ó meu Jesus, eu quero que cada
dor que sentir, cada palpitação do meu coração, cada vez que respirar, cada
segundo das horas que passar, sejam actos de amor para os vossos Sacrários.
Eu quero que cada movimento dos
meus pés, das minhas mãos, dos meus lábios, da minha língua, cada vez que abrir
os meus olhos ou os fechar, cada lágrima, cada sorriso, cada alegria, cada
tristeza, cada atribulação, cada distracção, contrariedades ou desgostos, sejam
actos de amor para os vossos Sacrários.
Eu quero que cada letra das
orações que reze, ou oiça rezar, cada palavra que pronuncie ou oiça pronunciar,
que leia ou oiça ler, que escreva ou veja escrever, que conte ou oiça contar,
sejam actos de amor para com os vossos Sacrários.
Eu quero que cada beijinho que
Vos der nas vossas santas imagens ou da vossa e minha querida Mãezinha, nos
vossos santos ou santas, sejam actos de amor para os vossos Sacrários.
Ó Jesus, eu quero que cada
gotinha de chuva que cai do céu para a terra, toda a água que o mundo encerra,
oferecida às gotas, todas as areias do mar e tudo o que o mar contém, sejam
actos de amor para os vossos Sacrários.
Eu Vos ofereço as folhas das
árvores, todos os frutos que elas possam ter, as florzinhas oferecidas pétala
por pétala, todos os grãozinhos de sementes e cereais que possa haver no mundo,
e tudo o que contêm os jardins, campos, prados e montes, ofereço tudo como
actos de amor para os vossos Sacrários.
Ó Jesus, eu Vos ofereço as penas
das avezinhas, o gorjeio das mesmas, os pêlos e as vozes de todos os animais,
como actos de amor para os vossos Sacrários.
Ó Jesus, eu Vos ofereço o dia e a
noite, o calor e o frio, o vento, a neve, a lua, o luar, o sol, a escuridão, as
estrelas do firmamento, o meu dormir, o meu sonhar, como actos de amor para os
vossos Sacrários.
Ó Jesus, eu Vos ofereço tudo o
que o mundo encerra, todas as grandezas, riquezas e tesouros do mundo, tudo
quanto se passar em mim, tudo quanto tenho costume de oferecer-Vos, tudo quanto
se possa imaginar, como actos de amor para os vossos Sacrários.
Ó Jesus, aceitai o Céu, a terra,
o mar, tudo, tudo quanto neles se encerra, como se esse «tudo» fosse meu e de
tudo pudesse dispor e oferecer-Vos como actos de amor para os vossos Sacrários.
Que bom seria que muitos recitassem esta extraordinária oração!
Afonso Rocha
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