Os caminhos de Deus são para nós imensos, ocultos no mistério. É talvez a
prova mais dolorosa da vida: caminhar para o ignoto. É por isso que a
Providência pôs em nós a esperança como sustentáculo da nossa vida; por isso é
que Jesus nos fez as suas promessas e com elas não se cansa de nos mostrar o
Céu, objecto da virtude da esperança.
Quanto mais a alma lhe é fiel, tanto mais cativantes e frequentes são as
suas promessas de prémios e de privilégios e tanto mais próximo lhe mostra o
Céu, ainda que, para exercitá-la e aperfeiçoá-la na fé ― fundamento da salvação
― lhe reserve aquelas dolorosíssimas provas divinas, cheias de trevas e
dúvidas, que os místicos nos descrevem. Deste modo, aumenta-lhes o mérito e
torna fecunda a sua missão.
Das maravilhosas graças pessoais com que o Senhor a enriqueceu, a Alexandrina
fala ao Director nos seguintes termos: “Jesus disse-me que a minha peregrinação
na terra, não seria longa, mas que grandes coisas me esperam” (27-9-1934), “...
que me está modelando e preparando para coisas mais sublimes” (11-10-1934),
“... que quer continuar em mim a Sua obra, que não quer parar aqui, que quer o
acabamento” (1-11-1934).
Com simplicidade trepidante, pergunta a quem guia a sua alma: “Que
acabamento será ainda? Pergunto a si, porque Jesus me disse que lhe dissesse
tudo” (1-11-1934).
E em outro lugar, a Alexandrina revela as tarefas que o seu Esposo lhe
confia: “Que sublime missão escolhi para ti!” (21-11-1938).
“Escolhi-te também para a felicidade de muitas almas” (4-10-1934). “Escreve
que Eu quero que se pregue a devoção ao sacrários; quero que se acenda
nas almas a devoção para com
estas prisões de amor; não fiquei aqui somente por amor daqueles que Me aman,
mas por todos; em todo o trabalho Me podem consolar; que seja bem pregada e
bem propagada a devoção aos sacrários porque são tantos aqueles que, embora
entrando nas igrejas, nem sequer me sáudam e não paaram um momento a adorar-Me”
(1-11-1934).
“Eu quereria muitos guardas fiéis, prostrados diante dos sacrários,
para impedirem tantos e tantos crimes” (1-11-1934).
Que abundância de messes para as alas que ajudan o Senhor na salvação da
humanidade! Jesus promete-o à Alexandrina: “Por meio de ti, muitos serão
salvos, muitos, muitos pecadores; não pelos teus méritos, mas por Mim, que
procuro todos os meios para salvá-los” (20-12-1934).
Promessas reais sustentarão sempre, na dura cruz, a alma generosa que tudo
deu a Jesus.
A Alexandrina, por obediência e com uma certa admiração do seu espírito, escreve
ao Director: “Jesus disse-me que os meus sofrimentos e a minha reparação eram
pérolas preciosas que iam concluir a minha coroa no Céu, mas que só seria
terminada quando terminasse a minha vida na terra. Disse-me também que me
queria no Céu, mas que precisava de mim na terra” (3-1-1935). Cada vez
que me oferecia aos sacrários, me eram aumentados muitos graus de glória no
Céu; e, quando eu Lhe pedia o aumento do Seu divino amor, me era embelezada, de
dia para dia, a minha coroa no Céu, e que era Ele mesmo quem ma preparava”
(14-9-1934), “... que se eu soubesse a glória que me foi preparada no Céu,
morreria de admiração”.
“A tua coroa é mais rica que todas as pérolas preciosas do mundo. Está
adornada com os teus sofrimentos e com as almas dos pecadores que salvaste.
Está preparado um lugar muito alto para ti” (20-12-1934).
Mas o Céu mais belo, a promessa mais querida, a missão mais ambicionada por
estas almas sedentas de amor, de sofrimentos, de almas, é a certeza que o
Senhor lhes dá, depois de Lha pedirem com ânsias indizíveis: de poderem
continuar também lá em cima o seu trabalho de salvação e de bem.
É impossível dizer quanto a Alexandrina tenha alcançado do Coração do seu
Amado, com o seu heroísmo de imolação.
Recolhamos uma parte mínima destes poderes que Jesus lhe transmitiu: “Sobre
aqueles que te são queridos e sobre quantos invocarem o teu auxílio, deixarei
que tu mandes uma chuva de pedras preciosas. Dar-te-ei tudo aquilo que me
pedires... Aquilo que serás no Céu, perto de Mim, Eu o sei, e a seu tempo,
também tu o verás” (21-11-1938).
“Minha filha, anjo belo, pérola esplendorosa, estrela fulgurante que fazes
brilhar toda a coroa do teu Esposo, dize ao teu Director que Eu quero que ele
conheça bem o amor com que tu Me amas, para fazê-lo conhecer ao mundo, porque é
de muita glória para Mim e proveito para as almas” (14-3-1938).
“Ele (Jesus) disse-me que sou um canal por onde hão-de passar as graças que
eu hei-de distribuir às almas, e pelo qual hão-de ir as almas a Ele”
(4-10-1934).
(Padre Humberto Maria Pasquale:
“Alexandrina”; cap. 4)
“Alexandrina”; cap. 4)
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