Fátima, Fátima! Calvário, calvário!
― Calvário
ditoso, calvário prodigioso, calvário transformado num paraíso de Jesus na
terra. Desci, desci, minha filha, desci, desci, esposa querida, desci do Céu.
Entrei no teu coração, transformei-o num céu. Eu quero, eu quero fortalecer-te.
Eu quero falar pelos teus lábios. Eu quero dizer-te as minhas alegrias e
tristezas. Alegro-me no teu coração. Alegro-me com a reparação que me dás. Eu
posso, sim, eu posso apresentar a meu eterno Pai grande reparação. Eu posso,
sim, eu posso colocar sob a sua divina mão uma escora firme para a sustentar. Ó
Portugal ingrato, ó mundo cruel, o que seria de ti sem a vítima deste
calvário!... Portugal ingrato! Portugal, quantas graças tens recebido do teu
Deus?! Fátima, Fátima! Calvário, calvário! Este ditoso calvário, meios para ti
de grande reparação. Estou triste, estou triste. Portugal ingrato! Estou
triste, muito triste! O mundo cruel! Nada mais posso fazer. Fiz tudo, fiz tudo
para a salvação dos filhos do meu sangue.
― Ó Jesus, ó
Jesus, estou certa, confio. Tudo fizestes, tudo fareis e o mundo será salvo.
Portugal será grato, sempre grato ao Vosso Divino Coração. Sou Vossa vítima,
Jesus. É a Vós que eu abraço, é a Vós que eu me prendo. Só convosco eu serei
forte, só com a Vossa graça vencerei. Ai, meu Jesus, sou eu, bem sabeis que sou
eu, a mais pobrezinha, a mais indigna das Vossa filhas, mas bem sabeis que,
apesar de pobre e miserável, com a Vossa graça também serei eu a sofrer pelo
Vosso amor e pelas almas. Com a Vossa graça sempre repetirei: Jesus, sou a
Vossa vítima! Jesus, sou a Vossa vítima! Jesus, sou a Vossa vítima! (Alexandrina
Maria da Costa: 09-10-1953)