– Sossega, minha pomba bela, a minha paz é contigo.
— O amor divino em ti é superabundante, são cadeias do mais fino oiro para prenderes os pecadores. Minha filha, esposa querida, que mereceste ser por Jesus elevada à maior altura, dei-te os mais honrosos títulos, dei-te toda a riqueza do meu divino coração. És rainha, eu sou rei. Dei-te o reinado, dei-te a humanidade, filha do meu sangue. Dei-te o meu amor: possui-lo no mais alto grau e perfeição.
– Basta, basta, meu Jesus. Eu sei que falais de Vós, de mim não podeis falar assim. Eu humilho-me e envergonho-me ao ver a minha miséria, gostava mais que mostrásseis que a conheceis e que dissésseis o muito que Vos ofendi.
– Sossega, minha pomba bela, a minha paz é contigo. Com a consolação e alegria que me dás esqueço as tuas faltas, faltas que permito para esconder as minhas maravilhas, o tesouro das minhas riquezas, o meu amor infinito. Coragem, estou contigo! O rei está sempre ao lado da sua rainha, não abandona o seu trono. Diz, minha filha, ao teu paizinho que o inferno nada pode contra o céu nem os homens contra o seu criador. Dá-lhe o meu amor com toda a abundância. Diz-lhe que é grande a consolação que me dá pela sua obediência e grande humildade. A sua libertação chega, a minha divina palavra não falta. Ele vem junto de ti antes da tua morte. Tenho-vos mais unidos do que se ele sempre estivesse ao teu lado a guiar-te e a dar luz à tua alma. A vossa união é do céu e não da terra. Que esteja firme, sempre firme. Esta recomendação de firmeza para ele e para quem a tenho dado não quer dizer que não estão firmes, é uma prova de que estão na verdade e que neles nada deve haver de medo nem temor. Diz ao teu médico que os combates do demónio concorrem para o agravamento dos teus males. Haja, pois, da parte dele toda a vigilância. Temos de conservar-te a vida até que raie o dia para nunca mais se escurecer. Diz-lhe que a ele e a todos os que com ele coloquei a teu lado para te ampararem e defenderem a minha causa dou o nome de vassalos. São eles que defendem a guerra contra o rei divino e contra a sua rainha e esposa.
(Sentimentos da alma, 6 de Janeiro de 1945).
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