Foi grande a consolação que Me deu...
O coração de Jesus era como um vaso formosíssimo, o qual Ele despejou dentro do meu coração.
― Dou-te tudo e com tudo fico, Minha filha; dou-te toda a Minha riqueza, e em Meu nome que o dês ao teu Paizinho também como prémio do seu sofrer. Diz-lhe que o associei ao princípio do teu Calvário e que ele foi o teu cireneu e contigo vítima. Diz-lhe que fui Eu que vos uni e que, nesta união, passais a vida da terra e a eternidade. No dia da primeira crucifixão, vós formaste uma escada para o Paraíso, pela qual não têm cessado de subir as almas. Diz-lhe que Eu sou sempre o seu Jesus, cheio de bondade e amor para com ele. Diz-lhe que Jesus lhe manda todas as graças deste Calvário, deste viveiro das almas. Diz, Minha filha, ao Meu e teu queridíssimo médico que lhe dou o Meu profundo agradecimento pelo seu acto de fortaleza, sem respeito humano para a Minha divina causa. Foi grande a consolação que Me deu pela luz que levou a muitos corações. Como prémio desse acto heróico dou-lhe todas as Minhas bênçãos e graças para ele e para os seus; e prometo-lhe a fidelidade à graça e guiá-lo em todos os seus passos; prometo-lhe a perseverança final e toda a luz do Espírito Santo. Quero fazer compartilhar destas promessas aos que mais de perto te rodeiam e trabalham em defesa do que é Meu. Vi Jesus a abençoar, por um bom espaço de tempo. Vem, Minha Bendita Mãe, à Nossa filhinha, que te espera e necessita do teu conforto para amparo da sua dor.
Veio a Mãezinha; cobria manto de Rainha; tomou-me para o Seu regaço, envolveu-me no Seu Santíssima manto, abraçou-me e cobriu-me de carícias.
― Minha filha, Minha filha, sofre o Coração do Meu divino Filho e sofre o Meu também. Tira-Lhe do Dele os espinhos, tira-Me do Meu as setas. Passa para os que amas as minhas carícias, diz-lhes que também são para elas, que Eu lhas mando. Pede-lhes, em Meu nome, para fazerem o mesmo que a ti peço. Quero que Jesus seja amado, quero ser amada também; quero que o Coração divino de Jesus seja reparado, e não quero que nele fique nem um só espinho. Peço reparação para o Meu santíssimo Coração e para dele lhe serem tiradas todas as setas e espadas que tem. Pede aos que amas para Nos amarem e por Nós sofrerem, dizendo e repetindo sempre: quero que o meu amor, o meu sofrimento vão tirar aos Corações de Jesus e Maria todo o ferimento quer têm; e que o mesmo amor e sofrimento Jesus por Maria o aceite pela salvação das almas, pela conversão dos grandes pecadores. Diz, Minha filha, que quero que o Meu desejo seja propagado.
Aproximou-se Jesus e com a Mãezinha, de novo, me acariciaram e com os Seus lábios docemente bafejaram-me.
― Vai, Minha filha; o Céu não demora, não receies a cruz. O bafejar do teu Jesus e da tua Mãezinha será para ti a vida da tua dor e o maná celeste que quero que espalhes pelas almas que amas, por toda a humanidade. Tem coragem! Quando mais ansiares a tua Pátria, recorda as almas do Purgatório, a quem tanto amas, que tanto anseiam por Me gozarem e contemplarem face a face, e oferece-Me para seu alívio as tuas ânsias, saudades de voares para o Céu para junto de Mim. Coragem! Leva a Nossa paz, leva o Nosso amor.
― Obrigada, Jesus; obrigada, Mãezinha. Já me sinto na cruz; toda ela é de espinhos.
(Beata Alexandrina: Sentimentos da alma, 6 de Dezembro de 1947 - Primeiro sábado.)
Sem comentários:
Enviar um comentário