Domingo, dia 13
de Outubro de 2019, Balasar vai estar em festa… Celebra os 64 anos da morte da
Beata Alexandrina.
Alexandrina Maria
da Costa faleceu na paróquia de Balasar, no dia 13 de Outubro de 1955. Foi numa
quinta-feira, dia da Eucaristia e aniversário da última aparição de Nossa
Senhora em Fátima.
Ela tinha pedido
a Jesus para morrer num dia consagrado à Eucaristia e à Mãezinha do Céu e,
Jesus fez-lhe a vontade!
Vamos viver os
últimos dois dias da sua vida na terra, contados pela Sãozinha, a professora da
escola de Balasar e íntima amiga da Alexandrina.
«Durante a manhã
de 12 de Outubro — conta ela —, dizia repetidas vezes:
“Eu queria o Céu!
Eu não tenho peninha nenhuma de deixar a terra! Acabaram todas as trevas da
alma! Acabaram todos os sofrimentos da alma! É sol, é vida, é tudo, é tudo, é
Deus!”
A irmã
perguntou-lhe: — Tu que querias?
“O Céu, porque na
terra não se pode estar. Eu queria receber a Extrema-Unção, enquanto estou viva
(lúcida). Vai ser muito bonito aqui. Ó Jesus, seja feita a vossa vontade e não
a minha!
Neste dia, 12 de
Outubro, pelas 15 horas, tendo sido autorizado, fez o seu acto de resignação à
vinda do Paizinho — o Padre Mariano Pinho —. Todos de joelhos, a Alexandrina
acompanhada pelo Sr. P. Alberto Gomes, recitou o seguinte acto:
“Ó Jesus Amor, ó
Divino Esposo da minha alma, eu, que na vida sempre procurei dar-Vos a maior
glória, quero na hora da minha morte fazer-vos um acto de resignação à vinda do
meu Paizinho Espiritual; e assim, meu amado Jesus, se neste acto der maior
glória à Trindade Santíssima, eu jubilosamente me submeto aos vossos eternos
desígnios, renunciando à felicidade que a presença do meu Paizinho me daria,
para só querer e implorar da vossa misericórdia o vosso reinado de amor, a
conversão dos pecadores, a salvação dos moribundos e o alívio das almas do
Purgatório”.
Imediatamente
seguiu-se o acto da resignação da sua morte, assim:
“Meu Deus, como
sempre vos consagrei a minha vida, vos ofereço agora o fim dela, aceitando
resignada a morte, acompanhada das circunstâncias que vos derem maior glória”.
No fim destes
dois actos, foi-lhe ministrada a Extrema-Unção pelo reverendo Pároco da
freguesia, Padre Leopoldino Mateus. Antes de receber este Sacramento, pediu
singularmente perdão à mãe, à irmã, ao confessor Sr. P. Alberto, ao Sr. Abade,
ao Sr. Doutor, às primas, às pessoas amigas e à criada. Enquanto pedia perdão,
disse estas frases:
“Minha mãe,
perdoe-me as minhas impertinências e agradeço todos os cuidados que teve
comigo”.
“Deolinda,
perdoa-me. Foste uma sacrificada por mim. Agradeço tudo o que fizeste por mim”.
Ao Sr. Dr.
Azevedo: “Agradeço-lhe tudo e peço-lhe perdão. Eu não o esquecerei no Céu”.
Ao Sr. Abade:
“Peço-lhe perdão. A minha eterna gratidão por me trazer Nosso Senhor todos os
dias. Peço que em meu nome peça perdão ao povo todo”.
“Para ti,
Sãozinha, a minha gratidão eterna, que bem o mereces”.
Às pessoas que
lhe tinham feito bem: Agradeço a todas as pessoas que nos fizeram bem e peço
por elas no Céu.
Depois de pedir
perdão, falou assim: “Já estarei com a minha alma pura para receber a
Extrema-Unção?”. Foi ministrado este sacramento. Depois, foi dizendo: “Ai,
Jesus, não posso mais na terra! Ai, Jesus! Ai, Jesus! A vida, o Céu custa,
custa. Sofri tudo nesta vida pelas almas. Esmirrei-me, pilei-me nesta cama, até
dar o meu sangue pelas almas. Perdoo a todos. Foram tormentos para meu bem.
Perdoo, perdoo. Ai, Jesus, perdoai ao mundo inteiro. Ai, estou tão contente,
tão contente por ir para o Céu! (Sorriu-se com os olhos no Céu). Ai, que
claridade! Ai, Sr. Dr. Azevedo, que luz! É tudo luz! (Sorriu-se). As trevas, as
trevas, tudo desapareceu. Bem dizia o Sr. Doutor!...”
Às 6 horas da manhã do dia 13:
Pequenos testemunhos:
“Meu Deus, meu
Deus, eu amo-vos! Sou toda vossa! Tenho necessidade de partir! Não gostava de
morrer de noite! Morrerei hoje?! Gostava”. (Sorria-se de um sorriso angelical).
Pediu à irmã que
lhe desse a beijar o crucifixo e a Mãezinha. A irmã perguntou-lhe: Para quem te
sorrias? “Para o Céu”.
Durante a manhã
foi visitada por várias pessoas. Quando entrou um grupo, exclamou, assim, com
voz mais forte: “Adeus, até ao Céu!”. Não pequem! O mundo não vale nada! Isto
já diz tudo! Comunguem muitas vezes! Rezem o terço todos os dias!”.
Às 11 horas,
disse ao Sr. Dr. Azevedo: “Está para breve”. Ele perguntou-lhe se os breves
dela eram iguais aos de Nosso Senhor. E continuou: Certamente amanhã, às 3
horas, Nosso Senhor ainda lhe quer falar.
Ela sorriu-se
levemente.
Às 11h25: “Eu sou
muito feliz porque vou para o Céu!”
O Sr. Dr. Azevedo
disse: No Céu peça muito por nós. Ela acenou que sim.
Às 11h35 pediu
que lhe rezassem o ofício da agonia.
Às 17 horas,
disse para um homem: “Adeus, até ao Céu!”
Às 19 horas,
disse: “Vou para o Céu!”
Às 19h30, exclamou:
“Vou para o Céu! A irmã retorquiu: Mas não é já. A Alexandrina respondeu: “É,
é”.
Às 20h29 expirou.
Conservou-se perfeitamente lúcida até ao último momento da sua existência.
Assistiram à morte Mons. Mendes do Carmo, a família e pessoas amigas.»
Alguns testemunhos
— Mons.
Mendes do Carmo, que assistiu à morte da Alexandrina, falou assim: Até aos 71
anos nunca beijei a mão de uma mulher, mas beijei a mão da Alexandrina.
— Um
sacerdote religioso ao vê-la no caixão disse: Toda ela é um lírio branco entre
os lírios.
— Passaram
pela casa da Alexandrina desde que ela foi para o caixão mais de 5000 pessoas a
beijar-lhe a cara, as mãos e os pés. Passavam pelo seu cadáver vários objectos
religiosos, como terços, medalhas, etc.
Ao enterro
assistiram alguns milhares de pessoas. No dia da sua morte, já se obtiveram
graças por seu intermédio.
Maria da Conseição Leite Proença (Sãozinha)
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