segunda-feira, agosto 17, 2020

 A VISÃO DAS ESCADAS

 

No dia 17 de Agosto de 1945, a beata Alexandrina teve uma visão surpreendente: ela não só viu a Virgem Maria com o Menino Jesus nos braços, mas vio também a utilidade dos seus sofrimentos, representados por escadas que subiam para o Céu:

 

Neste prolongado martírio, ainda sem nada ver, senti na alma uma nova transformação: uma aragem suave e o esquecimento da dor. Logo a seguir, à minha frente, apareceu a Mãezinha com o Menino Jesus ao colo. A minha alma, num momento, só viu toda a Sua formosura: cabelos doirados e em caracóis. Sorridente, muito sorridente, estendia para mim seus bracinhos e esforçava-se por sair dos da Mãezinha. Como quem forma um voo, saltou para os meus braços e logo se escondeu no meu coração, e a Mãezinha desapareceu. Logo a Sua voz divina se fez ouvir dentro de mim.

— Minha filha, minha filha, por cada uma das tuas dores, por cada uma das tuas virtudes é-te dada uma escada. Por elas podem subir continuamente, pelas das dores os pecadores, e pelas das virtudes as almas sequiosas de mim. Repara, vê como elas sobem.

As escadas eram tantas, tantas, não tinham conta. Era tão grande o número das almas que subiam por elas! Algumas subiam tão rapidamente! A minha alma sorriu ao vê-las. As escadas não tinham só degraus: tinham, pelos lados espécie de pegueiras (corrimões), por onde subiam mais que uma ao mesmo tempo. Continuou Jesus:

— São escadas firmes. Não há tempestade que as deite à terra; não há frio que as corte; não há fogo que as queime. Podem subir todos. Ainda que alguma caia, não fica delas desprendida. As escadas têm nelas um íman que as atrai, e voltam de novo a subir. São rolas que sobem, são pombinhas que voltam ao seu pombal. Repara, todas vão dar ao mesmo sítio. No cimo de todas elas estás tu. És o íman, és o pombal, és o palácio do amor, lá do alto o espalhas sobre elas. Minha pomba, minha pomba, dá-lhes a tua alvura, dá-lhes a tua graça. Fá-las subir na terra e atrai-as para ti no céu. Que maravilhas insondáveis, que grandezas as minhas na tua alma! Como não havia eu de sorrir de contentamento e querer vir para ti dos braços da minha Mãe? Tem coragem! Vês quanto valem as tuas dores? Vês quanto vale sofreres assim, para salvares tantas almas? Olha a tua coroa. Vê o prémio do teu martírio. Podes, à sombra da tua coroa, da recompensa que de mim te é dada, abrigar os pecadores e as almas que anseiam por mim.

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