domingo, setembro 14, 2008

“Ó SE EU PUDESSE FUGIR-VOS...”

Extrato dos “Sentimentos da alma”

Alexandrina acabara de “viver” a paixão, como todas as sextas-feiras. O seu coração está triste por ver e sentir que Jesus sofre por causa dos pecados do mundo... Ele fala e desabafa com a sua vítima; explica-lhe que o mundo e os homens pecadores “dormem no sono dos vícios e das paixões” e, que se assim continuam, terão de sofrer as consequências dos seus pecados, da falta de amor que lastimosamente demonstram perante a Bondade e Misericórdia divinas...
Os homens devem arrepiar caminho, voltar à penitência e à oração... Mas os seus corações endureceram e poucos são aqueles que imploram o perdão pelas faltas cometidas... o homem quer ser deus e revoltar-se contra o seu Criador...

« Toda a terra escureceu, fez-se noite. Jesus expirou e por uns momentos pareceu-me também passar pela morte. Jesus, a verdadeira vida, deu entrada no meu coração. Pareceu que abriu portas e janelas, iluminou-o todo e falou-me assim :
— “O mundo dorme num sono profundo, mas pavoroso sono. Os pecadores dormem no sono dos vícios e das paixões. Os pecadores dormem no sono da perdição, o sono que os leva ao inferno. Minha filha, minha filha, estou no teu coração. Estou em ti para desabafar, estou em ti para conformar-te. Tem coragem, tem coragem, é indispensável a tua dor. Acorda, acorda, desperta os pecadores deste sono de perdição. Ai deles, ai deles, minha filha. Sofre, sofre, alegra o meu Divino Coração. Repara o Meu Divino Coração. Eu quero oferecer ao meu Eterno Pai uma reparação que aplaque a Sua divina justiça. Minha filha, minha filha, se os pecadores não exigissem tal sofrimento, Eu não consentia, Eu não dava tanta larga aos homens que se opõem contra a minha divina vontade”.
— Ó meu Jesus, ó meu Jesus, eu sinto que Vós estais no meu coração, mas não me pareceis aquele Jesus cheio de ternura, de bondade e amor. Sinto que a minha alma Vos vê como juiz, mas um juiz severo e justiceiro. Ó Jesus, ó Jesus, parece-me, sinto que tenho medo de Vós. Não recebo nenhum conforto… oh ! se eu pudesse fugir-Vos ! »

Alexandrina: “Sentimentos da Alma”, 19 de Setembro de 1952.

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