sábado, dezembro 14, 2019

CONSAGRAÇÃO DO MUNDO A MARIA


Vou-vos falar da consagração do mundo ao Coração Imaculado de Maria, da qual a Alexandrina foi a iniciadora, como o prova um documento editado pela Santa Sé a quando da instrução do processo de beatificação, no qual se pode ler o seguinte:
Pio XII, o Papa da consagração
“Foi ela que em 1936, por intermédio do seu director espiritual escreveu ao Santo Padre para pedir esta consagração”.
De facto, no dia 30 de Julho de 1935, Jesus fala, pela primeira vez à Alexandrina na Consagração do mundo a Maria, nestes termos:
“Manda dizer ao teu pai espiritual que, em prova do amor que dedicas a Minha Mãe Santíssima, quero que seja feito todos os anos um acto de Consagração do mundo inteiro, num dos dias das suas festas, escolhido por ti: Assunção, Purificação ou Anunciação, pedindo à Virgem sem mancha de pecado que envergonhe e confunda os impuros, para que eles arredem caminho e não me ofendam. Assim, como pedi a Santa Margarida Maria para ser o mundo consagrado ao Meu Divino Coração, assim peço-te a ti para que seja consagrado a Ela uma festa solene.”
O Padre Mariano Pinho, não se apressou, preferiu a prudência e esperou mais de um ano, antes de escrever ao Papa Pio XI, a 11 de Setembro de 1936. A carta foi enviada ao Secretário de Estado do Papa, o Cardeal Eugénio Pacelli, futuro Pio XII.
Esta iniciativa motivou um inquérito da Santa Sé e foi encarregado deste um sacerdote Jesuíta, o Padre António Durão que visitou a Alexandrina e lhe fez muitas perguntas, a fim de julgar o bem fundado do pedido enviado ao Papa. Ficou muito bem impressionado com a Alexandrina.
Um pouco mais tarde, em Maio de 1938, o Padre Mariano Pinho foi escolhido para pregar o retiro dos Bispos portugueses reunidos em Fátima. O zeloso sacerdote aproveitou desta excelente ocasião para motivar os Bispos portugueses a solicitarem a Consagração mundo a Maria, conforme o pedido de Jesus, o que foi feito no fim do retiro, em Junho de 1938. O Padre Mariano Pinho escreveu ele mesmo o pedido em Latim e todos os Bispos presentes assinaram o dito pedido.
Este novo pedido resultou em nova investigação por parte da Santa Sé que enviou junto da vidente um eminente professor co colégio português de Roma, o Cónego Manuel Pereira Vilar.
O encontro entre a Alexandrina e o Cónego Vilar foi um sucesso. Neste período encontramos um Bispo açoriano (depois Cardial) que teve papel de relevo: D. José da Costa Nunes.
Mas porque as coisas tardavam e alguns eminentes eclesiásticos pareciam pouco susceptíveis aos dizeres de uma simples camponesa, Jesus permitiu um sinal: a vivência da Paixão pela “doentinha de Balasar”.
No dia 3 de Outubro de 1938 Alexandrina começou a viver a Paixão de Jesus de maneira visível todas as sextas-feiras. Esta vivência da Paixão durou até 20 de Março de 1942, ano da consagração, continuando depois de maneira invisível.
Nesses momentos — durante os “êxtases” da Paixão —, a Alexandrina readquiria milagrosamente os movimentos de todo o seu corpo, e normalmente rezava ajoelhada na sua cama, em direcção à Igreja paroquial de Balasar.
Entretanto o Papa Pio XI faleceu e ocupou o seu lugar o Cardeal Eugénio Pacelli, com o nome de Pio XII.
Em 20 de Março de 1939, Jesus prediz à Alexandrina: «É este Papa que consagrará o Mundo ao Coração Imaculado de Minha Mãe».
Em 16 de Junho de 1939 — festa do Sagrado Coração de Jesus — a Alexandrina escreve pela última vez ao Papa, a pedir novamente a Consagração do Mundo ao Coração Imaculado de Maria.
Em 3 de Outubro de 1942, Jesus voltará a insistir:
— Depressa, depressa a Consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria.
Finalmente Pio XII decidiu consagrar o mundo a Maria, concretizando assim o pedido feito por Jesus por intermédio da Alexandrina.
No dia 31 de Outubro de 1942 ela recebeu de Fátima um telegrama do Padre Mariano Pinho, anunciando-lhe que, em Roma, o Santo Padre Pio XII fez, finalmente, a Consagração do Mundo ao Coração Imaculado de Maria, em língua portuguesa, com especial menção à Rússia.
E foi precisamente após essa mesma Consagração do Mundo que a vivência da Paixão de Cristo deixou de ser visível e tão dolorosa, passando a ser vivida apenas no seu íntimo.
Afonso Rocha

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