— Ó minha violeta escondida
— Vem, minha
esposa amada. Vem, encanto do Paraíso. O Senhor baixou e penetrou em ti os Seus
olhares. O Senhor baixou e escolheu-te, preparou-te para a mais sublime missão.
Levanta-te, levanta-te desse teu abismo. Esta tua reparação é para arrancar do
abismo do pecado, do abismo da perdição, tantas, tantas almas, o maior número
de almas. Coragem, fá-las subir, deixarem a lama para, brancas, brancas como a
neve, subirem pelos teus sofrimentos numa ascensão gloriosa para Mim.
— Ó Jesus,
eu com certeza ofendo-Vos nesta vida sem fé, sem guia, sem amparo, sem luz.
Como hei-de assim reparar? Como hei-de assim dar-Vos as almas?
— Coragem,
minha filha, coragem! A tua fé é inabalável. Estás mais firme do que a rocha. É
certo que Eu quero que sejas amparada por aqueles que eu coloquei no teu
caminho. Eu quero, Eu quero e exijo que te seja dado aquele que Eu escolhi para
amparar e guiar para Mim a tua alma. Fui Eu, fui Eu, foi a escolha minha. Ó
minha filha, ó minha filha, como Eu sofro!... Oh! Com que dor Eu pedi e
continuo a pedir. Principie, principie, principie a Igreja! Oh! O que se passa
na Igreja! Avante, avante, Chefes da Igreja! Não descanseis na Vossa luta, na
Vossa vigilância! O mundo, ai do mundo, se não arrepia caminho!...
Vi com os olhos
da alma os maus-tratos dados a Jesus. Os Seus vestidos rasgados, o peito
aberto, o Seu Coração Divino rasgado de cima a baixo, todo em sangue, todo em
sangue, em atitude de quem contempla o mundo, derramava lágrimas sobre ele.
Numa dor angustiosa quis curar-Lhe o Seu Divino Coração e enxugar-Lhe as Suas
lágrimas. O meu pobre coração de gelo incendiou-se e foi com esse fogo que
procurei curar tal ferida, enxugar lágrimas tão dolorosas. Ó Jesus, quisera
dar-Vos tudo, toda a consolação, todas as almas e não tenho nada e nada posso.
Jesus, mais sorridente, depois de receber o fogo do meu coração, continuou:
— Ó minha
violeta escondida, o teu amor é puro, o teu amor é santo e santa é a tua
reparação. É a afirmação do que não engana, é a afirmação do teu Esposo Jesus.
Recebe a gota do meu Divino Sangue. Repara com ela tanta vida consumida pela
dor. Coragem! Coragem! Tu és o cofre de Jesus, a depositária de todas as
riquezas celestes. Enriquece as almas, enriquece as almas. Salva o mundo que é
teu. Repete o teu “creio”. Confia! Confia!
Ficai comigo,
Jesus, atendei os meus pedidos. Bem sabeis que em todos eles está a Vossa
glória e a salvação das almas. Não tenho outro fim. Sou a Vossa vítima.
(Sentimentos da alma: 29 de Abril de 1955 – Sexta-feira).
Sem comentários:
Enviar um comentário