domingo, janeiro 01, 2012

TENHO MEDO, MUITO MEDO…

Espalha pela humanidade os aromas divinos


Durante a noite rodearam-me tantos, tantos demónios! Era aterrador! Nenhum me tocou, mas vinham para perto de mim em tão grande número, de asas negras, olhares feios, cornos tão compridos, quase me tocavam. Uns de boca aberta como dum grande animal, língua de fora, deixavam sair à espécie dum fumo escuro que formava como que labaredas da mesma cor. Outros apresentavam-se em figuras de animais desconhecidos para mim; eram feios e aterradores.
Cansada desta prolongada visão, passei por um ligeiro sono. Mal despertei, logo me veio à lembrança o primeiro sábado. Para mim estes dias são de grande confusão.
– Meu Jesus, se eu pudesse fugir para onde o sábado não existisse! Perdoai-me, meu Amor, bem sabeis a causa de tudo isto. Eu podia amar-Vos com grande amor e sem me falardes. Ó Mãezinha, não fiqueis triste comigo. Tenho medo, muito medo, mas só quero a Vossa vontade e a do meu Jesus.
Ai que dia sem luz, que noite sem luar. O coração aniquilava-se, a dor despedaçava-o. Veio o meu Jesus, pus-me a nadar no mar do Seu infinito amor. Desapareceu a dor, o medo, o aniquilamento, e logo a Sua divina voz se fez ouvir.
– Minha filha, estrela luminosa, venho ao mar da tua dor buscar para mim consolação e alegria, reparação que dá a salvação. Tu és fonte de vida e de salvação. Espalha pela humanidade os aromas divinos, aromas celestes das tuas angélicas virtudes. Ó planta tenra do teu jardim celeste, ó flor angelical que eu neste calvário plantei. O teu perfume delicia-me, irradia o céu, irradia a terra. És flor que sai de entre os espinhos, és perfume que sobressai por entre o sangue. Abraça a tua cruz, leva-a por amor. O sangue corre? Deixa-o correr, é sangue de banho salutar para os pecadores. A cruz é sinal de redenção. O teu sangue corre e correrá sempre, enquanto estiveres na terra. É com esse sangue que desempenhas a missão que te dei. A dor não sairá do teu corpo, a amargura da tua alma.

(Sentimentos da alma, 6 de Janeiro de 1945).

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