sábado, setembro 28, 2019

A FAMÍLIA DE COIMBRA


Já aqui vos contei alguns casos que se passaram com a Alexandrina enquanto viva e mesmo um outro acontecido depois da sua morte.
O caso que hoje vos vou contar, o melhor que vos vai contar o Sr. José Ferreira da Silva e Sá, aconteceu enquanto ela vivia.


Este senhor que esteve presente no quarto da Alexandrina a quando do encontro que um cavalheiro de Coimbra, seu amigo, teve com a “Doentinha de Balasar”
Por razes que facilmente, ele não citará nenhum nome, para evitar que alguém descobrisse a identidade do seu amigo a quem ele chamará “cavalheiro”. Eis o testemunho do Sr. José Ferreira sobre esta caso:
— «Um cavalheiro de Coimbra tinha a mãe doente. O pai era negociante, um irmão médico e outro advogado. Quem mo apresentou foi um representante do Banco Pinto & Sotto Mayor, dizendo-me que ele desejava falar com a Alexandrina para obter a cura da mãe.
Como nesse dia tivesse uma reunião com os presidentes das Juntas de Macieira e Gueiral, disse-lhe que esperasse. Mas ele resolveu levar-me de carro a essa reunião, e chegamos a casa da Alexandrina ao anoitecer. Pedi para ser recebido e entrei.
O cavalheiro ficou de pé, comovido até às lágrimas, e não se atreveu a dizer palavra. Eu animei-o, dizendo-lhe:
— A Alexandrina é muito nossa amiga e pedirá a cura da mãe.
Mas a Alexandrina disse:
— Eu nada faço, eu nada valho, eu nada posso!
E, olhando para o cavalheiro e erguendo a voz:
— Quem pode é você. Arrepie caminho. Confesse-se condignamente! E depois comungue, comungue muitas vezes. Consiga que o seu pai, a sua mãe, o seu irmão médico e o outro, advogado, arrepiem caminho. Que se confessem e comunguem!
— Note-se que a Alexandrina não conhecia nem o cavalheiro nem a família!
Quando estiverem em estado de graça, então peçam a Deus e Ele os atenderá. Porque, se o senhor estivesse zangado aqui com o Sr. Sá e lhe quisesse pedir uma dúzia de contos, primeiro fazia as pazes com ele e depois apresentava-lhe o seu pedido.
Não sei dizer a emoção do cavalheiro. Fomos embora. Entrando no carro, ele disse-me:
— Sinto-me outro daquilo que eu era.
Mais tarde, um ano depois, veio cá visitá-la acompanhado pelos dois irmãos. Estiveram em minha casa para me cumprimentarem. Quando os dois irmãos entraram no carro, ele disse-me:
— Eu, em facto de religião, era assim, assim. Mas os meus irmãos eram ateus, e hoje são religiosos quase fanáticos. Também a mãe já cá veio agradecer a cura».
Aqui termina este testemunho que prova, se necessário fosse, o poder de intercessão da Beata Alexandrina junto do Coração de Deus, que ela tanto amou e ama ainda mais, como se pode imaginar.
Casos como este aconteceram muitos e, ela mesma conta um deles na sua autobiografia e em cartas escritas ao seu primeiro director espiritual, o Padre Mariano Pinho.
Era assim que, junto do leito da Alexandrina, por tantos anos vítima dos pecadores, se cumpriam as palavras que Jesus lhe disse em 30 de Abril de 1954: «Nenhuma alma sai daqui como entrou. Quantas ressurreições!»
Já em 15 de Junho de 1945, Jesus tinha dito à Alexandrina:
— «Minha filha, quando me pedires para as almas a graça da conversão ou do meu divino amor, vencerás o meu Coração. Tomarei o teu pedido, como se fosse uma ordem dada. Vês como te faço rica? Vês a loucura do meu amor por ti?»
E ainda esta outra promessa feita por Jesus em 28 de Dezembro de 1945, que nos deixa de boca aberta:
— «Minha filha, prometo-te, depois da tua morte, a conversão de muitos pecadores junto do teu túmulo. Virão visitar-te e sairão outros de junto de ti».
Não esqueçamos estas promessas de Jesus e peçamos as graças e dons para o bem das nossas almas por intermédio da Beata Alexandrina, que sempre nos escuta e nos ajuda. Disso posso eu mesmo testemunhar.
Afonso Rocha

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