terça-feira, fevereiro 04, 2020

OS “TRÊS AMORES” DA BEATA ALEXANDRINA


Como muitos irão pensar que se trate da Eucaristia, de Maria e do Santo Padre, direi que isso era uma verdade permanente para ela, mas os “Três amores” pelos quais ela tinha uma devoção muito grande e contínua, eram o Pai, o Filho e o Espírito Santo, portanto a Santíssima Trindade: estes eram na verdade os seus três amores de predilecção.
De facto, podemos ler no deu Diário de 14 de Maio de 1942, esta exclamação que parece sair do mais profundo do seu coração:
«Viva Jesus! Viva Maria! Viva a Santíssima Trindade a quem amo tanto!»
Dez dias mais tarde, no mesmo Diário, podemos ler ainda:
«Santíssima Trindade, ó minha querida e saudosa Trindade, para quem só quero viver, a quem me entrego, a quem só quero amar.» (S. 24-05-1942)
Todos os dia e, várias vezes, ela recitava a oração ensinada pelo Anjo da Guarda de Portugal aos Pastorinhos de Fátima: “Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-Vos profundamente”… etc.
No dia 15 de Agosto de 1942, festa da Assunção de Maria, é Jesus que confirma para ela a presença contínua da Trindade Santíssima no coração e na alma da “Doentinha de Balasar”:
«A Santíssima Trindade inclina-se, o divino Espírito Santo estende os seus raios, irradia-os sobre este cofre requíssimo do Santíssimo Coração de Jesus.» (S. 15-08-1942)
A beata Alexandrina sempre reconheceu humildemente o seu nada, a sua pequenez e muitas vezes se dizia a “pobre Alexandrina”. A 3 de Outubro de 1942, Jesus disse-lhe:
― Não és pobre, filha amada, não és pobre, filha querida. Tens o brilho, a candura do lírio e da açucena. És riquíssima, possuis a riqueza divina. És encanto e os atractivos da Trindade divina, és a glória da Corte celeste. (S. 03-10-19-42)
E como ela continuasse a considerar-se pequenina e pobrezinha e mesmo indigna de todas as graças celeste, Jesus vem — a 3 de Abril de 1943 — confirmar à que lhe dissera anteriormente:
«Amada de Jesus, amada de Maria, amada da Santíssima Trindade, amada de toda a corte celeste.»
Alguns meses mais tarde, a 4 de Dezembro de 1943, Jesus insiste:
«Reparas os crimes de milhões e milhões de pecadores. Como és encantadora aos olhos da Santíssima Trindade!»
Na sua pequenez, sentia-se incapaz de amar a Santíssima Trindade, por isso, aproveitando da festa de Todos os Santos em 1 de Novembro de 1944, ela solicita a ajuda de todos os amigos de Deus vivendo na Corte celeste:
«Logo de manhãzinha ao preparar-me para receber o meu Jesus encarreguei-os (todos os Santos) de amarem por mim a Jesus, à Mãezinha e toda a Santíssima Trindade.»
Em 5 de Janeiro de 1945, Jesus volta a confirmar esta predilecção da Trindade Santíssima pela Alexandrina:
«Minha filha, flor angélica, mimo da Trindade divina, mimo de Maria, mimo de toda a corte celeste.»
Não são numerosos os Santos que beneficiaram da graça sublime da visão da Santíssima Trinde. A beata Alexandrina faz parte — como santa Catarina de Sena e o Santo Padre Pio, por exermplo — desses priveligiados que foram convidados à visão suprema: Ela explica:
«Assim ia passando as horas unida a Jesus Sacramentado e a toda a Santíssima Trindade. Sentia-me feliz na minha dor. De repente, sem eu nisso pensar, desceram sobre a minha cama duas alas de anjinhos muito lindos, batendo as asas. À frente abriu-se, como se fosse a abóbada do Céu: Que lindo! Que lindo! Uma pomba branca nas maiores alturas deixava cair muitos e muitos raios de luz. Num trono, mais abaixo, estava Jesus sustentando na mão uma grande cruz. Ele era belo e bela era a cruz. Era cruz de Redenção. A seu lado estava a Mãezinha sentada como Rainha. À volta um grande número de pessoas vestidas de vestes diferentes. Que beleza era tudo isto! Ao contar estas coisas, a minha irmã disse: Vale a pena sofrer tudo isto: dores, suores e angústias da alma para gozar, embora em rápidos momentos, coisas tão belas! Que riqueza é o Céu! Se todos o conhecessem! Não ofendiam a Jesus, ao menos com o desejo de irem gozar o Céu!» (S. 30 a 31 de Dezembro de 1942)
Estas frases da beata Alexandrina aqui citadas chegarão para nos fzer melhor compreender as graças insignes que ela recebeu de Jesus e para nos demonstrar que podemos recorrer a elas nas nossas necessidades, porque a sua intercessão — nunca é demais l;embrá-lo — junto do Coração de Jesus e de Maria é das mais eficases.
Que todos possamos dizer, como a beata Alexandrina a quando desta maravilhosa visão:
Que lindo! Que lindo! É o Céu.
E esta oferta de Jesus:
«Em troca, filha querida, da tua vida de dor e de amor leva os Nossos amores àqueles que te amam e com tanto empenho te rodeiam.»
Afonso Rocha

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