Preocupa-me tanto a salvação do mundo!
— Ó meu
Deus, como hei-de estar aqui assim? Preocupa-me tanto a salvação do mundo!
Não posso sentir
Jesus tão ferido. Não tenho corpo nem coração para Ele se consolar em mim. Foi
o mundo das maldades que me destruiu. Quero amar o meu Jesus e não tenho
coração para O amar, desapareceu de mim, não sei a quem pertence. Confio,
confio que será a Jesus. Queria sangue para dar por Seu divino amor, gota a
gota, e não o tenho; sinto que as veias do meu corpo desapareceram. Não tenho
nada, nada posso fazer por Jesus e pelas almas. Só o demónio não cessa. Que
grande tormento! Vieram uns poucos para a minha frente em forma de cães. Que
cenas tão feias e maliciosas! Eram cenas e palavras só do inferno. Pedi logo a
Jesus para não O ofender; ofereci-me como vítima, enquanto o maldito me deixava
falar. Ao terminar da luta, fiquei insatisfeita, parecia-me que queria ter
pecado, e gravemente. Mas não era assim, o que eu queria era não ter desgostado
Jesus, não O ter ferido. Eu não sabia como se podiam ter dado tais cenas.
Sentia em meu coração uma dor profunda. Eu não podia tomar a minha posição.
Sofria tudo, o mal-estar do corpo e as aflições da alma. Jesus velou por mim,
defendeu-me. Ouvi-O dizer:
— Ordeno-te,
minha filha, que tomes a tua posição. É o Esposo que manda, e a esposa obedece.
É o Rei que quer, e a rainha sujeita-se, aceita. Filhinha, coragem! É a
reparação mais fina e delicada que te peço. É a flor mais pura. (Alexandrina Maria da Costa: S. 21-06-1945)