segunda-feira, junho 07, 2021

É COMO ARAGEM QUE CORRE

Sinto um mundo de amor


— Onde poderei encontrar bálsamo para as minhas dores? Ó meu Deus, na terra parece-me que já não posso encontrá-lo. Tudo é para mim causa de maior sofrimento.

Só em Jesus, só de Jesus poderei receber algum alívio. E esse bem depressa passa, é como aragem que corre, deixando só no próprio momento o seu frescume suavizador. Na minha comunhão de ontem e de hoje senti-me mais unida com o meu Jesus. Ele passava do Seu Divino Coração para o meu cadeias puras, cadeias finas, cadeias de amor. Desde então tenho no meu coração novo coração, e neste coração está alguém a atirar estas cadeias, a formar laçadas ao mundo das almas. Faz-me lembrar o marinheiro dentro da sua barquinha a atirar as redes ao mar para apanhar a pesca. Eu sinto dentro de mim o marinheiro das almas a fazer o mesmo canseirosamente. Sinto um mundo de amor sobre o meu coração. Este amor, este mundo, é o mundo do Coração de Jesus. É um mundo e é para o mundo. Que ânsias tão grandes a querer possuí-lo! Que ternuras, doçuras e amor! Outro coração de lágrimas se colocou dentro do meu. Estas lágrimas são choradas sobre a humanidade inteira, cobrem-na. São lágrimas de agonia por este coração cheio de riquezas desprezado. Está este coração de chaga profunda tão aberta para receber a todos. Faz lembrar a avezinha de asas abertas para cobrir seus filhinhos. Sinto as veias do meu corpo todas unidas, todas abertas a darem ao mesmo tempo as últimas gotas de sangue. Como elas são espremidas! As gotas escasseiam, elas já não têm mais que dar. E no meio disto sempre as ânsias de possuir universos de sangue para todo derramar pelas almas. Tanto queria amar a Jesus e sofrer todas as dores para O consolar. (Alexandrina Maria da Costa: Sentimentos da alma de 7 de Junho de 1945).

Sem comentários: