Sinto um mundo de amor
Só em Jesus, só
de Jesus poderei receber algum alívio. E esse bem depressa passa, é como aragem
que corre, deixando só no próprio momento o seu frescume suavizador. Na minha
comunhão de ontem e de hoje senti-me mais unida com o meu Jesus. Ele passava do
Seu Divino Coração para o meu cadeias puras, cadeias finas, cadeias de amor.
Desde então tenho no meu coração novo coração, e neste coração está alguém a
atirar estas cadeias, a formar laçadas ao mundo das almas. Faz-me lembrar o
marinheiro dentro da sua barquinha a atirar as redes ao mar para apanhar a
pesca. Eu sinto dentro de mim o marinheiro das almas a fazer o mesmo
canseirosamente. Sinto um mundo de amor sobre o meu coração. Este amor, este
mundo, é o mundo do Coração de Jesus. É um mundo e é para o mundo. Que ânsias
tão grandes a querer possuí-lo! Que ternuras, doçuras e amor! Outro coração de
lágrimas se colocou dentro do meu. Estas lágrimas são choradas sobre a
humanidade inteira, cobrem-na. São lágrimas de agonia por este coração cheio de
riquezas desprezado. Está este coração de chaga profunda tão aberta para
receber a todos. Faz lembrar a avezinha de asas abertas para cobrir seus
filhinhos. Sinto as veias do meu corpo todas unidas, todas abertas a darem ao
mesmo tempo as últimas gotas de sangue. Como elas são espremidas! As gotas escasseiam,
elas já não têm mais que dar. E no meio disto sempre as ânsias de possuir
universos de sangue para todo derramar pelas almas. Tanto queria amar a Jesus e
sofrer todas as dores para O consolar. (Alexandrina
Maria da Costa: Sentimentos da alma de 7 de Junho de 1945).
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