domingo, julho 01, 2007

DIARIO DA ALEXANDRINA

4 de Janeiro de 1945

Como todos sabem, a Beata Alexandrina, desde 1942 até à sua morte em 13 de Outubro de 1955, por ordem do seu segundo director espiritual, o Padre Humberto Pasquale, manteve um “Diário” onde ela notava o mandava notar tudo quanto lhe ia na alma. Este “Diário” é uma “mina” inextinguível de informações. Dele tirámos a primeira parte deste documento interessantíssimo escrito a 4 de Janeiro de 1945.
Jesus e Maria tinham-lhe, no ano findo – 1944 – confiado a humanidade, que Eles encerraram e fecharam no coração da Vítima de Balasar. Alexandrina devia conservá-la no seu coração e tudo fazer e sofrer para que esta humanidade pecadora arrepie caminho...
Nesse mesmo documento, ela fala-nos igualmente das investidas de Satanás e do que este faz para lhe tirar a paz...
A segunda parte deste documento será publicada brevemente...


*****

« Jesus, quais são os miminhos que de Vós vou receber neste novo ano ? Estou cheia de medo, ou mais ainda, cheia de pavor. Venha o que vier, pelo muito que eu seja ferida, humilhada e abatida, com a Vossa graça divina a tudo direi : “Seja bem-vindo, faça-se a vontade de Jesus ; sou vítima do seu amor, vítima das almas”.
Confesso, meu Jesus, que o meu maior receio é a minha fraqueza, temo ofender-Vos. Confio em Vós ; seja firma o meu amor e subirei alegre o meu calvário. Reparai e vede, Jesus, as ânsias que tenho ; se não fosseis Vós tiravam-me a vida. Queria nascer agora, mas já Vos conhecer para nunca manchar o meu corpo. Queria que comigo nascesse o mundo inteiro e que todo ele já Vos conhecesse também para não se deixar manchar. Queria um coração novo, mas que sempre Vos tivesse amado para nunca deixar de Vos amar. O mesmo querer tenho para todas as criaturas, para assim Vos amarem com o mesmo amor que para mim desejo. Onde hei-de esconder-me e comigo esconder o mundo ? Onde hei-de purificar-me e purificar o mundo a não ser em Vós ? Escondei-me, purificai-me. Fazei-me nascer agora para a graça e para o amor e comigo nascer o mundo, mas de tal forma como se eu nem ele Vos tivesse ofendido. Não sei onde estou ; não vivo neste exílio, nem vivo no Céu. Parece-me viver entre ele e a terra. Fui para esta morada, comigo levei o mundo, morada sem luz, sem vida e sem nada. A minha alma rasga-se de dor, é indizível o que sinto em mim. Meu Deus, que derrota ! Não tenho luz e roubaram-me os guias de tão tremendos caminhos. Morro na escuridão, Jesus, morro desfalecida. Vinde, vinde com a Mãezinha, dai-me força, dai-me vida. Não posso pensar nos combates do demónio, tremo de horror. Ele arma tantas ciladas para prender-me ! Forma tantos assaltos à minha alma ! Parece-me morrer de dor. Ouço a sua voz maldita, desafiadora. E quando fica só assim ! O que mais me aflige é quando ele faz o que há de pior »[1].


[1] Alexandrina Maria da Costa : Sentimentos da alma ; 4 de Janeiro de 1945.

2 comentários:

Maria João disse...

Na próxima sexta-feira, dia 20, realiza-se uma oração de TaiZé pelo Darfur , às 19h45m, na Igreja de S. Nicolau, na Baixa de Lisboa.

Participa e divulga! Se não puderes estar presente, reza na mesma.

bjs em Cristo
Maria João
Fé e Missão (Missionários Combonianos)

Afonso Rocha disse...

Cara Maria João,
Não poderei estar presente por uma razão simples: vivo em França desde há muitos anos.
Todavia, é com grande prazer que vou transmitir a mensagem.
Sou também o webmaster do soficial da Beata Alexandrina que a convido a visitar:
http://alexandrinabalalsar.free.fr
et também:
http://alexandrina.balasar.free.fr
Este último sítio é o mais importante sobre a Beata de Balasar.
Fraternamente em Jesus e Maria,
Afonso Rocha