― Ó Jesus, quantos desabafos, quantos suspiros e lágrimas só para vós ! Dai-me a conhecer, meu Jesus, iluminai-me, divino Espírito Santo, se eu sentir-me assim ferida, tão profundamente magoada, se é melindre meu, se é orgulho da minha parte, para eu me emendar de tão grandes defeitos. Ó maldito orgulho, ó maldito amor próprio, que tanto ofendes a Jesus ! Tenho tantos desejos de me conhecer, de ma transformar num coração humilde e dócil, de ser só bondade e doçura para todos ! Jesus, Jesus, tudo por Vosso amor. Vede a dor do meu coração só com o receio de vos ofender. Paga bem caras as minhas maldades ; sofro e sofro imenso por ser má. Eu não tenho pena de dar a conhecer aquilo que sou, mas sim por ferir o meu Jesus e dar tão mau exemplo. Todo o mar da minha dor é de espinhos. Luto, nado neles, noite e dia. Eu não vivo, eu não sofro, nem nado nestes espinhos, é um sopro que existe em mim, a sofrer e a ser nos espinhos ferida. Ai, Jesus, a minha vida se é que é vida, se sou eu que vivo, não vivo para vos amar, vivo uma vida morta, sinto que vivo uma vida imunda de podridão. E as minhas chagas sangram, os espinhos da cabeça penetram fundos, muito fundos, trespassam os olhos e os ouvidos e o sangue corre de tantas feridas, a lança abre-me o coração, cercado de espinhos ; já quase não existe parte dele e do peito ; a podridão tem feito desaparecer. Que covas eu sinto em mim. Ó Jesus da minha alma, poderá este sofrimento servir de consolação para vós ? (Beata Alexandrina: “Sentimentos da alma”, 13 de Fevereiro de 1948).
TRATADO DA VERDADEIRA DEVOÇÃO A MARIA
Há 12 anos
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