terça-feira, fevereiro 21, 2012

QUERO O QUE VÓS QUEREIS

– Ó meu Jesus, por eu não ter querer…

"Jesus uniu o seu Coração ao meu..."
– Ó meu Jesus, por eu não ter querer quero o que Vós quereis; se assim não fora, queria viver escondida, viver como se não vivesse, viver como se nunca tivesse existido, contanto que Vos amasse e as almas fossem salvas. Mas, se assim o quereis, o remédio está nas Vossas divinas mãos; fazei que os homens procedam doutra maneira.
– Não, não, minha amada querida, não é assim.
– Perdoai-me então, meu Jesus, perdoai-me, se Vos ofendi.
– Sossega, não me desgostaste. Onde estão as graças que lhes dei? Não se utilizaram delas, desprezaram-nas, calcaram-nas a seus pés. Utilizaram-se da sua vontade própria, do seu orgulho, dos seus juízos, das falsas luzes. Que mágoa para o meu divino coração. Coragem, filhinha, vence a minha divina causa e com ela vencem os que por ela lutam. Tu és o verdadeiro caminho, estrada de oiro, estrada real, cercado de um lado e do outro das pedras mais preciosas, das maravilhas do Senhor. Felizes almas, felizes pecadores que nela entrarem que vão a porto de salvação. Os teus olhares, os teus carinhos, as tuas ternuras, tudo leva ao céu. São olhares, ternuras e carinhos atraentes que atraem a ti as almas. Por ti vêm a mim. Vais agora, minha filha, receber a vida divina, a vida que te alimenta e dá vida, a vida que dás às almas. Vais receber o meu divino sangue.
Jesus uniu o Seu divino Coração ao meu assim como o Seu santíssimo rosto e lábios se uniram aos meus. O meu coração parecia-me estar colado ao de Jesus e do Seu Coração divino passava para o meu sangue. Sentia o meu a dilatar-se, a dilatar-se, era grande, muito grande. Sentia também receber vida dos lábios de Jesus para os meus. Ele cobria-me de carícias e dizia-me:
– Dou-te o meu sangue, a minha vida por onde eu quero e como quero.
Esta união foi demorada. Depois de algum tempo, Jesus chamou:
– Vem, minha Mãe, minha bendita Mãe, dá a tua vida celeste, dá as tuas graças e riquezas a esta minha filha e esposa e também tua filhinha querida.
Jesus desuniu de mim o Seu santíssimo rosto e lábios, mas deixou sempre ligado o Seu divino Coração. Tomou a Mãezinha o lugar de Jesus; uniu o seu santíssimo rosto ao meu, estreitava-me, cobria-me das suas carícias e bafejava-me com tanta doçura. Senti que d’Ela recebi muita vida, e dizia-me:
– Minha filha, esposa do meu Jesus, tabernáculo do meu Jesus, sacrário do meu Jesus, onde Ele habita sempre, sempre.
(Sentimentos da alma: 19 de Janeiro de 1945)

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