Meu Jesus, só Vós sabeis o meu receio de pecar...
― Minha filha, minha amada filha, se soubesses quanto Me consolo em ti e a grande reparação que Me dás! Continua a consolar-Me, continua a reparar o Meu divino Coração. A tua vida de martírio é a escora que sustenta o braço do Meu Eterno Pai. Os crimes, as grandes iniquidades da humanidade feriram o Céu, abriram-lhe fendas como finas lanças. A tua dor, o teu sofrer são molas seguríssimas para não deixar sair tão depressa a grande justiça divina. É a tua dor, que faz esperar o Meu Eterno Pai. Convida o mundo, convida-o tu, chama-o, chama-o depressa para Mim. Dá-Me a dor, dá-Me mais dor, dá-Me a reparação pelos combates do demónio, para poupares as almas ao inferno. Por esta reparação espero-os alguns anos, na vida do pecado, sem os precipitar no inferno. Dá-Me a reparação por este meio, se a muitos infelizes queres salvar.
― Meu Jesus, o horror que me causam tais sofrimentos, só Vós o sabeis; o meu receio é só de pecar. Que vida cheia de temor; temo ofender-Vos, temo e horrorizo-me em ditar tudo o que me dizeis. Que há-de ser de mim, meu Jesus? Sem ter querer, gostava de nada dizer e desconhecer todas as maldades infernais.
― Tem coragem, filha querida: aceita tudo. Tu não Me ofendes, Eu por ti velo, em ti estou. Escreve, dita tudo que é pouco tempo mais. Tu não conheces, não sentes, não sabes; confia no que te digo: a tua vida escrita nos teus cadernos saio linhas escritas com o oiro mais fino, guarnecidas com as pedras mais preciosas. Não é para ti esta riqueza, mas sim para as almas. Vai agora para o teu coração o Meu divino Sangue. É um momento que leva esta separação. Vai já correr em tuas veias o Sangue, que te faz viver, o Sangue que te faz dar vidas.
Jesus, junto ao tubo, já trazia ligado o Seu Coração divino; introduziu-o no meu, passou a gotinha de sangue, foi num abrir e fechar de olhos. No mesmo momento, que fez a abertura, a cicatrizou.
― Que grande prova de amor, Minha filha, como Eu velo por ti, como Eu te amo! Como Eu amo as almas! Vai, diz-lhes que Eu as quero. Vai para a cruz, que é o teu leito de dor; vai para a cruz, que é a cruz do amor. Sofre, sofre na alegria; ama, ama na dor. Coragem, coragem; vai em paz.
― Obrigada, obrigada, meu Jesus. Tomai o meu coração, modelai-o, para que ele ame e sofra como Vos agrada.
(Beata Alexandrina: Sentimentos da alma, 31 de Outubro de 1947 - Sexta-feira)
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