terça-feira, novembro 12, 2019

PRESENTES E PROMESSAS À ESPOSA FIEL


Os caminhos de Deus são para nós imensos, ocultos no mistério. É talvez a prova mais dolorosa da vida: caminhar para o ignoto. É por isso que a Providência pôs em nós a esperança como sustentáculo da nossa vida; por isso é que Jesus nos fez as suas promessas e com elas não se cansa de nos mostrar o Céu, objecto da virtude da esperança.
Quanto mais a alma lhe é fiel, tanto mais cativantes e frequentes são as suas promessas de prémios e de privilégios e tanto mais próximo lhe mostra o Céu, ainda que, para exercitá-la e aperfeiçoá-la na fé ― fundamento da salvação ― lhe reserve aquelas dolorosíssimas provas divinas, cheias de trevas e dúvidas, que os místicos nos descrevem. Deste modo, aumenta-lhes o mérito e torna fecunda a sua missão.
Das maravilhosas graças pessoais com que o Senhor a enriqueceu, a Alexandrina fala ao Director nos seguintes termos: “Jesus disse-me que a minha peregrinação na terra, não seria longa, mas que grandes coisas me esperam” (27-9-1934), “... que me está modelando e preparando para coisas mais sublimes” (11-10-1934), “... que quer continuar em mim a Sua obra, que não quer parar aqui, que quer o acabamento” (1-11-1934).
Com simplicidade trepidante, pergunta a quem guia a sua alma: “Que acabamento será ainda? Pergunto a si, porque Jesus me disse que lhe dissesse tudo” (1-11-1934).
E em outro lugar, a Alexandrina revela as tarefas que o seu Esposo lhe confia: “Que sublime missão escolhi para ti!” (21-11-1938).
“Escolhi-te também para a felicidade de muitas almas” (4-10-1934). “Escreve que Eu quero que se pregue a devoção ao sacrários; quero que se acenda nas almas a devoção  para com estas prisões de amor; não fiquei aqui somente por amor daqueles que Me aman, mas por todos; em todo o trabalho Me podem consolar; que seja bem pregada e bem propagada a devoção aos sacrários porque são tantos aqueles que, embora entrando nas igrejas, nem sequer me sáudam e não paaram um momento a adorar-Me” (1-11-1934).
Eu quereria muitos guardas fiéis, prostrados diante dos sacrários, para impedirem tantos e tantos crimes” (1-11-1934).
Que abundância de messes para as alas que ajudan o Senhor na salvação da humanidade! Jesus promete-o à Alexandrina: “Por meio de ti, muitos serão salvos, muitos, muitos pecadores; não pelos teus méritos, mas por Mim, que procuro todos os meios para salvá-los” (20-12-1934).
Promessas reais sustentarão sempre, na dura cruz, a alma generosa que tudo deu a Jesus.
A Alexandrina, por obediência e com uma certa admiração do seu espírito, escreve ao Director: “Jesus disse-me que os meus sofrimentos e a minha reparação eram pérolas preciosas que iam concluir a minha coroa no Céu, mas que só seria terminada quando terminasse a minha vida na terra. Disse-me também que me queria no Céu, mas que precisava de mim na terra” (3-1-1935). Cada vez que me oferecia aos sacrários, me eram aumentados muitos graus de glória no Céu; e, quando eu Lhe pedia o aumento do Seu divino amor, me era embelezada, de dia para dia, a minha coroa no Céu, e que era Ele mesmo quem ma preparava” (14-9-1934), “... que se eu soubesse a glória que me foi preparada no Céu, morreria de admiração”.
“A tua coroa é mais rica que todas as pérolas preciosas do mundo. Está adornada com os teus sofrimentos e com as almas dos pecadores que salvaste. Está preparado um lugar muito alto para ti” (20-12-1934).
Mas o Céu mais belo, a promessa mais querida, a missão mais ambicionada por estas almas sedentas de amor, de sofrimentos, de almas, é a certeza que o Senhor lhes dá, depois de Lha pedirem com ânsias indizíveis: de poderem continuar também lá em cima o seu trabalho de salvação e de bem.
É impossível dizer quanto a Alexandrina tenha alcançado do Coração do seu Amado, com o seu heroísmo de imolação.
Recolhamos uma parte mínima destes poderes que Jesus lhe transmitiu: “Sobre aqueles que te são queridos e sobre quantos invocarem o teu auxílio, deixarei que tu mandes uma chuva de pedras preciosas. Dar-te-ei tudo aquilo que me pedires... Aquilo que serás no Céu, perto de Mim, Eu o sei, e a seu tempo, também tu o verás” (21-11-1938).
“Minha filha, anjo belo, pérola esplendorosa, estrela fulgurante que fazes brilhar toda a coroa do teu Esposo, dize ao teu Director que Eu quero que ele conheça bem o amor com que tu Me amas, para fazê-lo conhecer ao mundo, porque é de muita glória para Mim e proveito para as almas” (14-3-1938).
“Ele (Jesus) disse-me que sou um canal por onde hão-de passar as graças que eu hei-de distribuir às almas, e pelo qual hão-de ir as almas a Ele” (4-10-1934).
(Padre Humberto Maria Pasquale:
“Alexandrina”; cap. 4)

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