segunda-feira, outubro 24, 2011

Ó ESPOSA, Ó ESPOSA QUERIDA

― Tu és a estrela do mundo!

Estava Jesus em seu tamanho natural, sem manto da cintura para cima,, mas só do lado esquerdo; tinha o peito aberto e da chaga do Seu divino Coração corria o sangue em bica.
― Basta, basta, meu Jesus; não derrameis mais sangue, quero vertê-lo eu, não Vos quero com tão grande sofrimento.
― Ó esposa, ó esposa querida, aceitas que grave em teu coração esta chaga? O sangue que dela vai correr será o sangue da tua dor. É grande o teu martírio, é grande o teu amor como grande é a missão que te dei. Que sublime que ela é! Tu és, Minha filha, o pára-raios que está mais alto, mais próximo do Meu Eterno Pai, para receberes os raios da Sua justiça divina; sobre ti descarrega tudo à Minha semelhança.
Cerrou-se a chaga e o lado de Jesus, e logo em meu coração principiei a sentir correr a mesma bica de sangue.
― Custa-me muito sofrer, meu Jesus, mas custa-me imensamente mais ver-Vos sofrer a Vós. Aceito todo o sofrimento só para Vos reparar e dar-Vos consolação. Aceitaria, Jesus, aceitaria, que é Vossa e não minha; sois Vós que reparais, sois Vós que consolais, sois Vós que amais em mim, sois Vós, só Vós que sofreis. Eu sou um instrumento Vosso, sou nada, sou miséria.
― Tu és a estrela do mundo, a louquinha de Jesus, a lâmpada dos sacrários, a sentinela Eucarística. Tomo à letra tudo quanto Me dizes e como prova de que é assim mostrei-te em Mim o teu retrato, junto da Eucaristia. Não Me repetiste há tanta tempo tentas vezes: eu quero ser a sentinela dos Vossos Sacrários? Aceitei; foi por isso que te Me fiz ver à portinha como sentinela. A minha cabeça inclinada sobre o Sacrário e o Meu olhar de convite para ti foi para te mostrar que assim estás unida a Mim na Sagrada Hóstia. Se soubesses a alegria que de ti recebo nesta união! Se soubesses como com a tua guarda de sentinela tens evitado que Eu ali seja maltratado, recebido sacrilegamente, que alegria seria a tua! Viste-Me pequenino junto ao Sacrário, porque pequenina te vejo em todas as coisas, à semelhança de Mim. És pequenina para seres grande para as almas e para o Céu.

(Beata Alexandrina: Sentimentos da alma, 20 de Setembro de 1947 - Sexta-feira)

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