Como estou só, tão só, sem ninguém!
Eu não posso, por vezes, resistir a ânsias tão fortes e tão loucas de amor a Jesus; parece-me morrer. Quanto mais quero a vida de Jesus e o Seu amor divino, mais despida e fria me sinto de tudo. Tudo é miséria, toda eu sou misérias.
O demónio aproveita-se de todo este estado de alma para deitar tudo por terra, para mais atormentar o meu espírito já tão atribulado. Ai de mim, se falta à minha alma a paz e a força do meu Deus.
Sofri um corte, mas um corte, que abalou tudo, de todos os que me são mais queridos. Como estou só, tão só, sem ninguém! Ter-Vos-hei a Vós, meu Jesus, e a Vossa graça? Se Vos possuo, nada mais quero; estou segura. Que medo, mas ó que medo eu tenho de falar dos meus sofrimentos; é uma nova cruz; não posso dizer que sofro! Nada posso dizer da minha dor e das coisas de Jesus sem grande martírio para a minha alma. Que horror! Ó santa obediência, como tu és poderosa!
A caveira grande e deformada continua dentro em mim; não posso vê-la; e para meu maior martírio tenho que vê-la e senti-la. Que nojo! Ter que fitá-la a desfazer de podridão!
(Beata Alexandrina: Sentimentos da alma, 5 de Setembro de 1947 - Sexta-feira)
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