― Que confusão a minha, Jesus; pusestes de parte os meus pecados. Se os juntásseis às minhas pequeninas virtudes, toda a beleza desapareceria. Como sois bom e misericordioso! Eu nada disse, meu bom Jesus, da Vossa linda imagem naquele tão lindo trono, porque receei ser um sonho ou uma ilusão minha. Como sois bom e cheio de misericórdia para comigo!
― Como Eu Me encanto e enlouqueço pelas almas humildes e pequeninas; como Me atraem a si as almas generosas! Dás-Me, Minha filha, em vez do tormento do teu espírito alguns combates do demónio? Quero ser reparado. Oh! Como sou ofendido!
― Ó meu querido Jesus, sabendo Vós que eu tudo quero sofrer, que nada Vos posso negar e que não tenho licença para ceder a esse pedido, para que mo fazeis? Ó meu Jesus, que hei-de eu fazer, que há-de ser de mim. Sossega, sossega, filha querida. Eu quero que obedeças e quero ser reparado.
― Pede, pede, para Me poderes dar essa reparação. Até que ela venha, vou tirando proveito da dor, que vais sentir, por não cederes aos Meus desejos. Vou dar-te o Meu divino Sangue, vou ligar a ti o tubo do amor; ficam unidos os nossos corações e unidos também os nossos rostos. Eu para receber de ti consolação, e tu para receberes de Mim conforto. Recebe vida, recebe vida; recebe amor, recebe amor, recebe amor.
Passaram-se uns momentos nesta estreita união. Ao receber o Sangue de Jesus, fiquei com mais luz; o coração palpitou-me com mais força, senti um novo viver em todo o meu ser.
― Vai em paz, Minha filha; vai para as almas, que necessitam de ti, vai para a cruz, que te espera; vai com confiança. Leva amor, leva amor, leva a vida de Jesus; é a força na tua cruz, é a luz nas tuas trevas.
― Obrigada, meu Jesus.
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(Beata Alexandrina: Sentimentos da alma, 5 de Setembro de 1947 - Sexta-feira)
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