Continuas a salvar milhares, milhares e milhões de almas
Ele expirou, e eu com Ele me senti expirar. Reinou por algum tempo o silêncio da morte. Houve nova vida, viveu Jesus e fez-me viver a mim e disse-me:
― Minha filha, meu sacrário, palácio onde habito e reino; reino em ti e por ti vou reinar a muitos corações.
Ficou silencioso. Algum tempo depois, disse-me assim:
― Sim, minha filha, é por ti que nas almas Eu reino. Se soubesses quantas transformações, quantas conversões com sincera emenda de vida aqui junto de ti neste teu quartinho, neste Calvário onde te coloquei, calvário de dor e amor! Quantas almas há que entraram aqui com Satanás no coração e daqui saíram levando-Me a Mim, com uma dor profunda e firme propósito de emenda! Expulsaram o demónio e Eu tomei lugar em seus corações. Coragem, coragem, minha vítima amada! A tua dor, o teu martírio não cessam um momento, porque nem um só momento as almas deixam de precisar de ti. Que maldades, que maldades; que ondas, que incêndio de crimes! Diz, minha filha, que Jesus o diz:
“Sou ofendido como nunca o fui. Se não fosse a Santa Missa, se não fossem as minhas vítimas, se não fosse a minha vítima primogénita com minha Mãe santíssima, já o mundo teria sido destruído pela justiça divina, pela justiça de meu Pai”.
Sofre, sofre com alegria, fala do meu divino amor às almas, fala-lhes da minha misericórdia, pede-lhes que se convertam, diz-lhes que venham a Mim. Coragem! Com os teus sofrimentos tens salvo, continuas a salvar milhares, milhares e milhões de almas. Eu não posso sofrer nem fazer mais por elas, faço-o através de ti, és comigo outro Cristo, és comigo redentora, é por isso que a minha redenção continua.
― Ó meu Jesus, confundo-me, envergonho-me à vista da minha miséria. A quem escolhestes Vós para convosco salvar almas? Eu queria, meu bom Jesus, poder salvar a todas. Eu não quero ver-Vos ofendido; eu quero a vosso consolação e alegria e por mim não posso, nada tenho, nada valho.
― Não podes sem Mim, é certo, mas Eu ao entregar-te a mais sublime missão enriqueci-te, tens todos os meus tesouros; é comigo que tu amas, é comigo que salvas as almas. Tu não vives, é Cristo que vive em ti, é com Cristo e por Cristo que te imolas; é por Cristo e com Cristo que as almas são salvas. Alegro-me nos pequeninos, é nos humildes que Me consolo. Pede, minha filha, a lista das almas do Purgatório que queres livrar.
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(Beata Alexandrina: Sentimentos da alma, 12 de Setembro de 1947 - Sexta-feira)
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