Nunca pensei que a crucifixão fosse desta forma
Eu morri com Ele e, à Sua voz divina, voltei a viver.
― Minha filha, Minha filha, vem ao teu Jesus que te ama, que te quer e tu és Dele; vem ao teu Jesus que quer confortar-te; e tu necessitas do Seu conforto. Tem coragem. Tu aumentimtaste no amor ao Meu divino Coração, à medida que em ti aumentou a dor. Amas-Me e amas as almas. É pelo Calvário, é pela cruz que elas são salvas. Coloquei-te no Calvário, dei-te um Calvário e com ele a cruz que abraçaste. Confia em Mim. Ai do mundo sem o sofrimento destes dolorosos anos! Eu pedi o teu corpo para crucificar e tu aceitaste, entregaste-Mo; não querias que te crucificasse e se cumprissem as Minhas divinas palavras?
― Ó meu Jesus, eu queria e quero tudo, mas eu nunca pensei que a crucifixão fosse desta forma; eu pensava ser só as dores que sentia em todo o meu corpo.
― Sorri e consolei-me na inocência do teu pensar. Era preciso, Minha filha, que houvesse alguém que se deixasse crucificar com esta crucifixão tão real. Nesta como em nenhuma outra, eu provo quanto sofri; tantos, tantos sofrimentos até agora desconhecidos. Escolhi-te, esposa amada, para por ti serem mostrados ao mundo. Ai dele, se por ele não te deixavas imolar. Ai dele, ai das almas, ai de Portugal, sem este Calvário vitorioso, sem esta cruz de salvação. Descansa em Mim, Minha filha, de mim recebe todo o amor, toda a luz, todo o conforto. Por ser hoje o aniversário, em que, pela primeira vez, por Mim te deixaste crucificar, faço-te gozar do Meu amor e veres com toda a luz divina para bem compreenderes e te convenceres que não te enganas, que estás na verdade, que fui Eu e só Eu que te crucifiquei. Goza, hoje, de tudo isto, porque os outros colóquios serão dolorosos, voltarás às trevas.
Senti-me como se caísse no regaço de Jesus e nele adormecesse com o meu rosto inclinado sobre o Seu rosto divino. Passara-se uns momentos, e eu despertei a ser bafejada por Jesus, a nadar em amor, toda embebida em luz. Toda a treva, todo o sofrimento de alma e corpo tinha desaparecido. Não tinha dúvidas, era na verdade Jesus o Autor de toda a minha vida. Que gozo, que felicidade.
(Beata Alexandrina: Sentimentos da alma, 3 de Outubro de 1947 - Sexta-feira)
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