Ele chorou copiosas lágrimas…
No princípio da tarde, de ontem, senti como se a minha alma fosse presa, insultada, maltratada; era um nunca acabar de martírios. Nas outras quintas-feiras tenho sentido um ou outro sofrimento, mas neste senti muitos, se não foram todos. Senti e vi com a maior de todas as maravilhas; Jesus dar-se para nosso alimento, partir e ficar connosco. Que maravilha, que amor tão profundo! Vi o lava-pés e o discípulo amado inclinado sobre Jesus. Sentia e via o desespero de Judas. E vi-o partir à frente dos outros para O ir entregar. No Horto senti e vi beijar e apontar para Jesus para poder ser preso. Mas, antes da prisão, senti e vi a Sua grande aflição, a rolar pela terra, a suar sangue; o Anjo a confortá-Lo, e ele, com o cálice da amargura, a enchê-lo de sangue que lhe saía dos Seus divinos olhos, ouvidos e de todo o corpo. Vi, depois, à saída do Horto que O acompanhavam uma grande multidão de soldados com armas, homens com paus. Meu Deus, como eles maltratavam a Jesus! Como Ele já ía desfigurado e desfalecido! Vi S. Pedro a negá-Lo, mas sentia que aquela negação foi feita só por temor.
O galo cantava uma e outra vez. Ele chorou copiosas lágrimas. Oh! como foi grande o seu arrependimento!
(Beata Alexandrina : Sentimentos da alma, 4 de Abril de 1947 - Sexta-feira)
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