Jesus uniu o Seu Divino Coração ao meu
Eu precisava de usar do azorrague como usei no Templo e já usei com o azorrague da minha justiça divina e ainda usarei mais, castigarei severamente aqueles que se opõem à minha causa divina.
— Meu Jesus, usai de compaixão, não os castigueis; antes movei-lhes o coração.
— São pedras duras, são corações sem amor, resistem, não se movem aos meus desejos. Confia, a causa é minha. Eu tudo vencerei. Repete, minha filha, flor mimosa e pura, a tua mensagem ao Papa. Sou eu que peço; quero que ele brade, brade ao mundo, como pai de todos, pai escolhido por mim, que lhe peça para não me ofender, que haja emenda de vida. Que mande os seus bispos e todos os que governam a convidarem os fiéis ao amor, à penitência. Que fechem as portas dos vícios, que oponham barreiras aos caminhos da perdição. Pede, pede, ó mensageira de Jesus. Vem agora, minha filha, receber do teu Jesus sangue para viveres, sangue para dares a vida. Já que eu não posso agora derramá-lo pelas almas gota a gota, derrama-lo tu, minha vítima, minha redentora.
Jesus uniu o Seu Divino Coração ao meu, que logo principiou a dilatar-se ao receber o sangue de Jesus. Em poucos momentos não poderia resistir a tanta força, a tanto amor, parecia-me perder a vida, e o coração deixou de dilatar-se. Jesus disse:
— Não podes com a força do meu divino sangue. O teu coração está como a lâmpada que se apaga à falta de azeite; está como a cera que se consome. Consome-se o amor, destrói-se a dor. Eu podia operar milagre, fazer que ele aguentasse com a abundância do meu sangue, mas não quero; quero fazer-te sentir a falta do sangue, o desfalecimento das tuas forças. Quero provar e mostrar ao mundo que sofres, porque amas, que sofres e sentes como criatura humana. Virei mais vezes a dar-te a pouco a pouco o meu sangue divino que é a vida da tua vida. Vai, flor encantadora, lírio perfumado, vai dar às almas a vida que de mim recebes, vai salvar o mundo.
Jesus desligou de mim o Seu Coração, cobriu-me de carícias e escondeu-se. Bem depressa voltou todo o martírio. Principiei a ver a enormidade da minha miséria e a minha indignidade para receber tantas graças de Jesus e tão grande prova do Seu infinito amor. A pena de O ver assim tão ferido derrete de dor o meu coração. Oh! Como o Seu amor é tão mal correspondido!
(Beata Alexandrina Maria da Costa: Sentimentos da alma, 22 de Junho de 1945)
Sem comentários:
Enviar um comentário