terça-feira, agosto 23, 2011

QUE TORTURA EU SINTO

Ó meu Jesus, como eu sou pequenina!


Estou sempre com medo do demónio; temo ceder às suas malditas seduções e temo ofender Jesus. Ele continua desesperado contra mim; ouço os seus uivos, sinto o seu ódio. Se ele pudesse derrotar-me, onde estaria eu. Queria levar a minha vida a praticar o bem, a fazer bem a todos. A todos queria consolar e confortar; a todos queria amar e levar comigo para o Céu. Não sei o que sinto; não é o meu coração que anseia isto; não é o meu coração que ama e a todos quer salvar. Que ternura eu sinto, ternura que não é minha! Foi nestas ânsias dolorosas de querer amar e não amar, de querer fazer bem e não fazer, de querer salvar e não salvar, que eu recebi o meu Jesus. Ele bem depressa transformou tudo, serenou-me, deu-me luz e acendeu mais fogo em meu coração, avivando o que já tinha.
― Minha filha, minha filha, hei-de abrasar-te, hei-de queimar-te e consumir-te no Meu divino amor. Tu amas-Me, tu amas-Me e dás às almas o Meu amor divino; criei-te para elas, para as salvares. São tantas a ofenderem-Me, mesmo aquelas consagradas a Mim. Custa tanto ser maltratado por aqueles que se dizem Meus amigos! Como está o mundo! Ai dele sem este calvário! Coloquei-te aqui, crucificada nesta cruz, para que, com esta crucifixão contínua, por ti as almas recebessem as Minhas Divinas graças e amor, por ti elas fossem salvas.
― Ó meu Jesus, como eu sou pequenina, como me sinto envergonhada diante da Vossa divina presença. Queria esconder-me, desaparecer de todos. Quem sou eu e quem sois Vós? Que vergonha terdes-me escolhido para as Vossas coisas, para a missão das almas. Não sei o que fazer, não sei o que dizer; sou a Vossa vítima.
― É assim pequenina e no escondimento, sem estares escondida, que Eu te quero. É nesta pequenez e escondimento que se encobrem as Minhas maravilhas. Minha filha, aqui tens o Meu divino coração e O da Minha bendita Mãe; quero uni-los ao teu; são teus. Os vossos corações são o depósito de todas as graças, de todas as riquezas e amor divino; o teu é o canal por onde elas passam às almas. Todo este amor, todas estas graças se irradiam em ti; transmite-as, infunde nos corações este amor, junta a ele a tua dor, salva, salva o mundo. Consola-Me, consola a Minha Bendita Mãe Oh! como Ela está triste!
― Como hei-de eu consolar o meu Jesus, como hei-de consolar a minha querida Mãezinha! Como pode a escrava consolar o seu Senhor! Eu prometo, Jesus, fazer actos de amor e reparação quantos me forem possíveis, para assim ver a alegria em Vossos Santíssimos Corações.
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(Beata Alexandrina: Sentimentos da alma, 7 de Junho de 1947 - Primeiro sábado)

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