Ele é do número dos que vão para o céu sem penar no Purgatório
Que fogo no meu
coração! Queima-me tanto, parece destruí-lo! Quanto daria eu, quanto sofreria
eu para conseguir que este fogo me pertencesse e fosse fogo de amor a Jesus.
Quero amor, quero amor. Quero amor para dar ao mundo, para que ele ame todo, só
a Jesus. Pobrezinha, não tenho que lhe dar, não sei como conquistá-lo, não sei
como entregá-lo a Jesus. Lá o vejo fugir, foge deste mundo para outro mundo
predição. Eu fico de braços abertos e olhos no céu.
— Meu Jesus,
como remediar este mal? Olhai o mundo que me destes, o mundo que me
entregastes; olhai o mundo que é Vosso, só Vosso, Jesus. Dai-me o Vosso amor,
só com ele poderei prendê-lo. Que ânsias tão grandes chegam da terra ao céu!
Meu Deus, vejo as almas tão cheias de podridão! E os corpos a desfazerem de
lepra, consequências do pecado. Que luz esta, que me obriga a ver tudo! Como
está o mundo! E Vós, doce Jesus, o Vosso Divino Coração já não pode mais.
Lá estou entre o
mundo e Jesus, para evitar que as maldades dos homens vão ferir mais o Seu
Coração tão amante. Vêm bater a mim os açoites, os espinhos, todos os maus-tratos.
Eu não O vejo, mas sinto como se Ele estivesse abatido, cheio de medo, e ver
quando cai sobre Ele esta chuva de maldades. Que pena eu tenho de Jesus! Que
agonia a minha por não poder fazer terminar o pecado! Sinto-O como um mendigo a
tiritar de fome e de frio. A causa de tudo isto somos nós, é o pecado.
— Ó meu
Deus, ó meu Deus, que grande é a minha dor por não poder aliviar-Vos, por não
poder saciar a Vossa fome e aquecer-Vos ao calor do meu amor!
Nesta tarde, veio
o demónio. Parece transformar-me a mim em demónio também. Maldito ele seja! Que
inferno de maldade! Muito sorridente e a afirmar-me que eu tinha pecado,
dizia-me, entre outras coisas, que eu era dele, estava nas mãos dele. Parece-me
que ele me tapou a boca para eu não poder invocar o nome de Jesus e dizia-me:
“chama por mim, ama-me”. Ao terminar o perigo tão horroroso, senti que podia
mover os meus lábios e fiquei por muito tempo a repetir: “valei-me, Jesus,
valei-me, Mãezinha”. E ele, mais ao longe, bailava e dizia: “chama-Os agora,
desde que pecaste, desde que estás satisfeita”. Com uma gargalhada repetiu:
“estás nas minhas mãos”. Veio o meu Jesus a confortar a minha alma.
— Não
pecaste, minha filha, não estás nas mãos do demónio, mas sim nas minhas divinas
mãos. Sempre te trouxe em meus braços, como a criancinha nos da sua mãe, meiga
e carinhosa. Estiveste sempre nas minhas mãos nos perigos, estás sempre nas
minhas divinas mãos nas lutas com o demónio e nelas estás na tua contínua
imolação. Anima-te, continua a reparar. És mártir de dor, és mártir de amor, és
mártir de toda a humanidade. Diz, minha filha, ao meu querido Padre Humberto
que dele recebi muita consolação. É assim que eu quero: para acudir às almas
vencem-se todas as dificuldades, suportam-se todos os sacrifícios. Como
recompensa de tudo e prova do meu grande amor, diz-lhe que ele é do número dos
que vão para o céu sem penar no Purgatório.
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