Meu Jesus, não sei amar, não sou capaz
13 de Outubro de 1955 |
A agonia aumentava, já não era vida humana que fazia viver Jesus, mas sim a vida divina. Momentos antes de expirar, fez-me sentir e compreender que se viu morto, descido da cruz e depositado nos braços de Sua Santíssima Mãe; e, e com a dor Dela unida à Dele, assim expirou. Nesse momento, senti que de Jesus saiu um sopro de luz, um sopro suave, um sopro de vida. Jesus não se apressou a vir. Quando veio, disse-me:
― Minha filha, minha filha, vem ao Meu divino Coração, vem ao fogo, vem ao amor, que tanto anseias; é fornalha acesa, é fogo que não mais se apaga.
Senti-me dentro do Coração divino de Jesus, coberta com as Suas chamas. E Ele, por algum tempo, ficou silencioso.
― Recebe esta vida, Minha filha; é a vida que tu vives e a que Eu quero dês às almas. Recebe-a, espalha-a, semeia-a. Ama-Me, ama-Me por elas. Se sempre Me amares com o amor com que Me tens amado e anseia amar, Eu prometo dar-te muitas bênçãos e graças, não para ti que já de todas te enriqueci, mas por ti as almas as receberem. Eu farei que sejas para elas como raio fulminante; não raio que tira a vida, mas sim que lha dá, fazendo-as viver para a graça.
Jesus voltou a calar-se; desta vez, fui eu a falar.
― Meu Jesus, não Vos amo, não tenho amor, não Vos sei amar e não sou capaz de me tornar digna de Vós.
― Confia que Me tens amor, que Me amas loucamente. Quando te disse para te tornares digna de Mim, Eu vi com a Minha sabedoria infinita o muito que ias sofrer. Foram dois os proveitos: as almas e o maior aperfeiçoamento da tua. Que consolação para Mim ver o esforço da Minha esposa mais querida a corrigir-se das faltas, que Eu mesmo permito, para mais se embelezar e tornar digna de Mim. Faço tudo isto, Minha filha, para acudir às almas.
Depois de mais um pouco de silêncio continuou sempre Jesus.
― Deixa-Me agora, Minha filha, esconder-Me eu em teu coração, deixa-Me fugir do mundo; não vê-lo assim a pecar, a ofender-Me. Está no campo do pecado, do gozo, do prazer, da vaidade, da imodéstia. As praias, Minha filha, os bailes, casinos e cinemas, quantas inocências roubadas, quantas mortes de almas! Foi a reparação que te pedi, foram os combates do demónio. Continua a dar-Me essa reparação. Pede-Me pelas almas; não Me peças, não Me peças, não Me peças pelos corpos, que esses não têm remédio. O mundo, o mundo; o que o espera!
(Beata Alexandrina: Sentimentos da alma, 11 de Julho de 1947 - Sexta-feira)
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