Entrego-me a tudo…
— Mãezinha,
sofro com as infelicidades de alguém que me tem ferido tanto. É tão grande a
dor que sinto por saber que sofrem, entristeço-me por eles. Lá vem a morte para
mim.
O que vejo em
mim. O que sinto na minha alma. Que tristes recordações. Sinto e vejo os
tormentos que me esperam. Sinto que sou apedrejada, as pedradas batem em meu
coração. Sinto que me retiro do convívio das pessoas, fujo para a solidão para
em silêncio poder chorar. Oh! quantas lágrimas de perda, oh! quantas lágrimas
de vergonha por me ver revestida de todas as maldades e estar assim na presença
do Eterno Pai.
O amor obriga-me
à dor.
De lábios mudos, olhos
cerrados, entrego-me a tudo, lá vou para a morte.
Uma chuva de
espinhos cai sobre mim, o meu corpo vai ser um leproso. Mas estou de braços
abertos com um terno sorriso e uma mansidão sem igual, escondendo o disfarce de
tudo.
— Ai, meu
Jesus, eu só queria para maior honra e glória Vossa saber dizer o que vai
dentro em mim, o que sofrestes por nós. Ó que ternura, ó que bondade. O
inocente, o inocente Jesus. (S. 08-02-1945)
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