terça-feira, abril 24, 2012

AI O MUNDO! AI O MUNDO!


Sou mãe que chora tanto…

Sinto em mim um fogo ardente, queima-me em todos os sentidos; todo o meu corpo está numa fornalha viva. Tenho sede, tenho sede de Jesus. Tenho fome, muita fome das almas. Queria engolir o mundo. Sinto-me cada vez mais mãe dele. Que loucura a minha por aquilo que é engano, lodo e imundície. Sou mãe, mas oh! que louca mãe! Sou mãe que chora a perda de seus filhos, sou mãe que os não pode ver em tanta desordem, em tanta malícia e crimes.
— Ai, meu Jesus, o que hei-de eu fazer, o que posso eu fazer?
Sou mãe que chora tanto, mas lágrimas de sangue que banham toda a humanidade. Não posso resistir a tanta dor, não posso sossegar, quero salvar o mundo, quero sofrer tudo, quero dar por ele a vida. Numa hora em que as ânsias eram insuportáveis, levantei com custo os meus olhos para Jesus e disse-lhe:
— Jesus, Jesus, ai o mundo, ai o mundo, quero salvá-lo. Deixai-me entrar no Vosso Divino Coração com todos os que me são queridos; deixai-me entrar com todos os que me pertencem e às minhas orações se recomendam; deixai-me entrar com todos os sacerdotes e pecadores endurecidos; deixai-me entrar com todos aqueles que me têm ofendido; deixai-me entrar com a humanidade inteira; que ninguém fique fora do Vosso Coração Divino para dele passarmos à nossa Pátria, ao céu que para todos criastes. Quero amar-Vos e louvar-Vos com todos eternamente.
Continuam os meus medos para com as pessoas a quem mais estimo e para com Jesus e a Mãezinha querida. Que horror! Não só tenho medo de Jesus, medo que muitas vezes não me deixa levantar para Ele os meus olhos, mas mais ainda: fujo d’Ele, não quero ouvi-l’O, e até me parece que não queria que Ele existisse. Os crimes, o lodo de que estou coberta não podem ser vistos pelos Seus olhos divinos.

Sentimentos da alma, 8 de Março de 1945

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