sexta-feira, maio 07, 2021

O SOFREDOR SOIS VÓS

 Quanto sofri, meu Deus!


Meu Deus, como se pode sofrer assim?! Eu quero abafar, quero esconder a dor, mas não posso mais. Meu Deus, como se sofre, como se pode sofrer desta forma? Humildemente, Senhor, diante de Vós quero-Vos pedir perdão. O sofredor sois Vós. Perdoai-me o meu queixume, o meu desabafo. Vós sois o portador da minha cruz, o Senhor das minhas amarguras; sois Vós, só Vós a beber o amargo do meu fel. Como me atrevo, Senhor, a queixar-me? Depois de reconhecer a minha miséria, vi que não sou capaz de suportar uma pequenina parcela da minha cruz sem o Vosso auxílio, Senhor.

Dias amargos, dias dolorosos de profundas e sentidas lágrimas foram os que se passaram. A minha pobre natureza não pode ser mais fraca. A vontade está pronta, sempre pronta para tudo o que Vos aprouver, meu Amor. Escondo, escondo muito os sofrimentos para não ser causa de os meus sofrerem. Bem sabeis, Jesus, que é assim, é só por Vós e pelas almas. Eu aceito esta vida de tão doloroso martírio. Sem ver a Jesus, sentia que da Sua sacrossanta cabeça se desprendiam espinhos, como pétalas de flores que os ventos desfolham e se vinham espetar na minha cabeça. Sentia que mãos cruéis de lança em punho me alanceavam o coração e me cravavam muitos punhais. Que dor, que dor! Quanto sofri, meu Deus! Da mesma forma, sem ver a Mãezinha, vinham as setas do Seu Santíssimo Coração. Os olhos da alma viam tudo que pareciam vir dos ares. O coração adivinhava donde vinham os espinhos e tudo o mais. (Alexandrina Maria da Costa: 7 de Maio de 1954 – Sexta-feira)

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