terça-feira, maio 11, 2021

TROCA DE CORAÇÕES

 Jesus fez a troca, senti-me logo outra


— Meu Jesus, permiti que a minha confiança em Vós vá tão longe quanto pode ir, para que eu possa convencer-me sempre, sempre que não Vos ofendo. Não permitais, meu doce amor, que eu duvide um só momento da Vossa palavra divina.

Cheguei, mas com muito custo, ao cimo do calvário. Cravada na cruz, com o coração em sangue, bradava incessantemente socorro ao Eterno Pai. O coração voava para Ele, mas era repelido, parecia não ser aceite. Nem na cruz era poupado o meu corpo; os olhos da minha alma viam todo o mundo a vir feri-lo. Via todo o mundo a penetrar na minha cabeça grande número de agudos espinhos. Que grande dor me faziam! Toda a humanidade maltratava e esmagava o meu coração, deixando-me em agonia mortal. Veio Jesus ao encontro desta dor e agonia. Demorava-se: fez-me esperar muito tempo. Esperei resignada.

— O que quiserdes, meu Jesus, a minha vontade é a Vossa.

— Minha filha, prenda valiosíssima que eu dei ao mundo. Quanto ele tem de agradecer-me! Tu és a depositária, és o cofre das riquezas e dons divinos. És a mensageira da paz, de quanto a humanidade te é devedora. Coloquei-te no meio dela, és um centro de virtudes, és um centro de flores cândidas e puras. És a vida das almas, és a nova Eucaristia delas. Purifica-as dos seus defeitos, lava-as dos seus crimes, prepara-las para mim que sou a verdadeira Eucaristia. És a pastorinha que conduz o rebanho ao Pastor Divino. Tu és o porta-voz de Jesus para o Santo Padre. Diz, minha filha, ele que fale à humanidade inteira. Ele, que é o pai da terra, que peça em nome do Pai do Céu. Quero uma reconciliação firme e sincera, quero um mundo novo de pureza e de amor. Penitência, penitência e oração. Penitência no lugar dos prazeres, oração em vez das vaidades e passatempos ilícitos. União comigo, amor puro, amor abrasado ao meu Divino Coração. Se houver, minha filha, a verdadeira transformação, receberá o mundo inúmeras graças, uma chuva de bênçãos cai sobre ele. Mas, ai dele, se assim não for. Aceita, filhinha amada, o meu Divino Coração, consola-o, cura-lhe tão profunda chaga. Dá-me o teu para o confortar e para lhe dar vida.

Jesus fez a troca, senti-me logo outra. (Alexandrina Maria da Costa: 11-05-1945)

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