quinta-feira, maio 13, 2021

VI A MÃEZINHA DE FÁTIMA

Senti que Ela veio mostrar-me que não estava sozinha


Foi de noite, não sei a hora, vi a meu lado a Mãezinha de Fátima; não se demorou, não me falou. Senti que Ela veio mostrar-me que não estava sozinha, que Ela estava a meu lado. Libertada destas tristes amarguras, entrou em mim uma suavidade, pude adormecer. Os homens podem fazer tudo, podem sentenciar-me conforme os seus juízos, o que não podem é priva-me destas visões, privarem-me de amar a Jesus, tirarem-me a minha união com Ele, nem arrancarem-me do meu coração a união com aquelas que Ele, e só Ele, permitiu, que Ele e só Ele colocou neste coração tão pequenino no amor, mas tão grande nos desejos de o amar e nas ânsias de só a Ele pertencer. Todos estes sofrimentos, que só Jesus conhece a dor imensa que me causam, só Ele os vê e compreende deveras, fazem nascer dentro em mim novos desejos, profundas ânsias se só para Jesus viver, de só a Ele pertencer e a Ele só amar. O peso da dor faz rebentar em meu coração tão vivos e amantes desejos de caminhar por entre espinhos e procurar Jesus e as almas como o trovão com o seu estrondo estremecedor faz rebentar as águas na profundidade da terra. Sofro ? Não importa. Amo Jesus : isso me basta. Pedi para me colocarem sobre o meu peito, amparada pela minha mão a açucena que me foi oferecida para levar para a sepultura. Senti-me tão alegre e ao mesmo tempo umas saudades quase insuportáveis de ver chegado esse dia, o dia da minha verdadeira felicidade, da minha verdadeira vida. (Alexandrina Maria da Costa: 21-11-1944)

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