Quanto mais corro ao Seu encontro…
Tenho fome, tenho
sede de possuir Jesus; não cessa, é devoradora. Quanto mais corro ao Seu
encontro, mais sinto Ele fugir. Perdi-O, perdi-O, não O encontro no meio de
tantas trevas. Infundo-me nelas cada vez mais, de olhos vendados e louca por
tão grande dor ato na cabeça as minhas mãos. Não digo bem: sinto que o faço e
que estou perdida no mar tempestuoso e encapelado, na noite mais negra e
aterradora, mergulhada em mundos de escuridão. Sinto e ouço o zunir dos ventos,
as ondas levantam-se à maior altura e baixam de novo serenamente. E eu sozinha,
tão sozinha, sem ninguém! Ao sentir tempestade tão desastrosa, fito-a, escuto-a,
mas com serenidade. Se morrer nela, morro por Jesus, morro pelas almas. Confio,
espero, o meu corpo pode sofrer tudo, pode desaparecer destruído com o furor da
tempestade, mas a alma tem o seu fim, há-de ir ao encontro de Jesus, Ele há-de
recebê-la, há-de ampará-la e levá-la para Ele.
— Ó mundo,
que tão ingrato tens sido para mim! E eu amo-te tanto; amo-te não pelos teus
falsos encantos, mas sim porque és de Jesus. A minha dor por vezes é quase
desesperadora. Oh! se não fosse Jesus e a Mãezinha! A Eles devo a minha
resistência a tudo. (Alexandrina Maria da Costa: S. 22
de Maio de 1945)
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