segunda-feira, julho 11, 2011

ESCOLA DE CIÊNCIAS DIVINAS

É nesta escola que se aprendem as artes e ciências divinas.

Senhor dos Passos, na igreja de Balasar
Pouco depois, um fogo ardente abrasou-me o coração e estendeu-se a todo o peito. Logo depois falou-me Jesus:
— Sobe, Minha filha, podes subir, elevada pelo amor até ao Meu trono divino. Sobe, Minha filha e podes fazer subir muitas almas para a Pátria celeste com a tua dor, com o teu amor. Tens duas escadas que chegam da terra ao Céu pelas quais constantemente, noite e dia, sobem as almas; é a escada da dor e a do amor. Pela do amor, sobem aquelas que, embora frias e tíbias, não viviam em estado grave e se deixaram encher da abundância do amor, que de Mim recebeste. Pela da dor, sobem os pecadores que a tua dor arrancou às garras do demónio e lhes obtive o perdão e a graça. Como é belo vê-las subirem. Se pudesses vê-las! Cada alma é acompanhada por um Anjo que sobe com ela à Pátria celeste. Eu quero-te, filha querida, constantemente esmagada pelo sofrimento, não por te querer ver sofrer, mas porque quero a tua alma pura, cândida, para voares da terra ao Céu, sem passares no purgatório e dares-Me toda a glória e, pela alta missão que te dei, altíssima, poderes salvar-Me as almas. Coragem, Minha filha. A dor é a arma mais poderosa. Espalha-se a dor, espalha-se o amor pela humanidade, e, sem que tu saibas nem sintas, vai penetrar e esconder-se nas almas, como fumo ou nuvem que se espalha, como perfume que irradia e penetra.
— Meu Jesus, ó meu Jesus; eu não quero a minha alma pura com o fim de não ir ao purgatório sofrer; eu quero-a pura para Vos consolar, eu quero-a pura, porque não quero ferir-Vos, eu quero-a pura para com a mesma pureza vos salvar as almas. É por isso que eu sofro, é por isso que tudo aceito, meu Jesus. Mas custa-me tanto, tanto, meu Jesus; vejo tudo perdido, vejo-me tão sozinha.
— Não estás só, não, esposa querida: confia que estou contigo. O fim do teu sofrer, o fim da pureza da tua alma maior glória Me dá, e maior número de almas atrais ao Meu divino coração. Eu quero, eu anseio que, à tua escola, venham aprender os grandes e sábios do mundo. É nesta escola que se aprendem as artes e ciências divinas. Diz, Minha filha, e confia que é Jesus que to afirma: é a primeira escola e a última escola de tão grandes maravilhas.
— Ó meu Jesus, sinto-me desfalecida, vejo tudo perdido. Acerca-me tão forte tempestade! Não cessam os relâmpagos, não cessa o estrondo destruidor do trovão. Valei-me, valei-me, Jesus.
— Sossega, sossega, Minha filha. Os relâmpagos, são relâmpagos de amor; o eco estrondoso é voz de convite para que venham a Mim todos. É sempre a tua dor, é sempre o teu amor. Anima-te. A tempestade não destrói a Minha causa divina. Olha, são os braços do teu Jesus que a sustentam. Eu guio a barquinha, em mar tão tempestuosos, e ela chegará ao fim, ao porto de salvação. Tem coragem! Eu velo por ti. Eu sou o Pai terníssimo, Esposo fiel, que não abandona a Sua esposa na mais dolorosa dor. E, como prova do Meu cuidado por ti, vai mais uma vez correr em tuas veias uma gota do Meu divino sangue. É a vida de que tu vives. Vou com ela substituir o que a violência da dor, nestes dias te roubou.
No mesmo momento em que Jesus dizia isto, uniu os nossos corações. O de Jesus cercavam-no raios luminosos e parecia um centro de lindíssimas flores, com o mesmo brilho dourado. Deixou cair o Seu sangue divino, e logo os separou. O meu dilatava-se e não aguentava tanto amor.
— Vai, Minha filha, mais forte, com a fortaleza divina; vai; leva contigo a força do Céu, o amor do teu Jesus. Vai para a tua cruz, abraça-a. Eu te prometo: sempre que ao teu peito, com tanto amor, abraçares o crucifixo, Eu chamarei e estreitarei ao Meu coração um pecador. Coragem! O Céu está para breve, já te sorri.
— Queria ter Convosco um desafio, Jesus, já que me falas do Céu, mas não tenho coragem, meu Amor.
Jesus sorriu e disse-me:
— Sei o que tu queres, conheço tudo, podes desabafar e dizeres o que quiseres, mas não hoje; fica para breves dias. Não posso demorar-Me; vai para a tua cruz, leva amor; vai para a tua cruz, leva paz, leva alegria; vai para a tua missão, para a missão das almas.
— Obrigada, meu Jesus. Ficai comigo mesmo escondido; não me deixais sozinha.
—*—
(Beata Alexandrina Maria da Costa: Sentimentos da alma, 21 de Fevereiro de 1947. - Sexta-feira

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