― Perdoai, meu Jesus, perdoai, perdoai já, perdoai sempre!
[Jesus disse]:
— Pobre mundo, vai ser carbonizado; ficará mirrado com o fogo da justiça divina.
Levantei as mãos, cheia de terror, e disse:
― Perdoai, meu Jesus, perdoai, perdoai já, perdoai sempre! Como hei-de acudir ao mundo? Bem me parecem a mim que de nada valem os meus sofrimentos.
― Coragem, Minha filha, coragem, amada Minha; sofre com alegria. A tua imolação continua se o mundo não quiser que seja de remédio para os seus corpos é-o sempre para as suas almas. Pede-lhe, pede-lhe que se converta, que venha a Mim. Dás-me mais lutas, mais ataques com o demónio?
― Dou, meu Jesus, mas sabeis bem que é o que mais me custa. Que medo de Vos ofender!
― É por te custar que, Minha filha, que mais reparação Me dás. Não temas, confia em Mim; não deixo que Me ofendas. Os dois primeiros combates que te pedi foram pelos esposos pais de família. Com que gravidade Me ofendem; o último foi por toda a humanidade. Foi por isso que te envolveste com o inferno. O mundo! o pecado! Vítima a lutar com o inferno. Eras tu, Minha pomba amada, a livrares de lá as almas. Coragem! Vem receber vida para combateres. Recebe uma gota do Meu Divino Sangue; é a tua vida, é a força do teu sofrer.
Jesus com o Seu Divino Coração a arder em labaredas uniu-O ao meu, deixou cair a gota do Seu Sangue divino. O fogo ateou-se; o meu principiou a dilatar-se. Jesus passou logo as Suas Santíssimas mãos sobre o meu peito, acariciou-me e disse:
― Toma, Minha filha, a tua cruz; vai convidar as almas a virem a Mim, vai levar-lhes esta vida. E como prova do valor dos teus sofrimentos e de que és a salvação delas, a cada acto de amor, a cada vez que Me disseres: Jesus, eu amo-Vos, serei amado por mais uma alma. E sempre que abraçada ao crucifixo disseres: Jesus, sou a Vossa vítima mais um pecador será salvo, esquecerei as suas ofensas. Prometo-te, confia, sou O teu Jesus. Diz-Me isto muitas vezes. Vai com coragem! No Céu continuas a mesma missão; ele está perto. Vai com alegria; vai, filha do amor, vai, louquinha do amor, vai chamar a Mim as almas.
― Obrigada, meu Jesus; obrigada, meu Amor, eu vou; vinde Vós comigo. Ao o Céu, meu Jesus, que nunca chega. Faça-se a Vossa vontade divina. Sou a Vossa vítima, vítima até dos meus desejos. Farei, Jesus, que eu morra para mim e para todos, viva só para Voa e para as almas.
(Beata Alexandrina Maria da Costa: Sentimentos da alma, 18 de Abril de 1947 - Sexta-feira)
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