A fim de frequentar a escola
– Em Janeiro
de 1911, fui com a minha irmã Deolinda para a Póvoa de Varzim, para
frequentarmos a escola. Não quero pensar quanto sofri com a separação da minha
família. Chorei muito e durante muito tempo. Distraíam-me, acariciavam-me,
faziam-me todas as vontades e, depois de algum tempo, resignei-me.
Continuei a ser
muito traquina: agarrava-me aos americanos e deixava-me ir um pouco e depois
atirava-me ao chão e caía; atravessava a rua quando eles iam a passar, sendo
preciso o condutor deles acusar-me à patroa. Muitas vezes fugia de casa e ia
apanhar sargaço para a praia, metendo-me no mar, como fazem as pescadeiras;
trazia-o para casa e dava-o à patroa, que o vendia depois aos lavradores. Com
isto afligia a patroa, pois fazia isto às escondidas, embora rapidamente. (Alexandrina Maria da Costa: Autobiografia)
Sem comentários:
Enviar um comentário