Tudo desaparece em mim
Já
não podendo mais com o peso das humilhações, com a agonia e negras trevas que
sentia na minha alma, porque tudo me abafava a confiança que tenho em Jesus, eu
dizia: Se aqueles que me tiraram o meu Paizinho experimentassem o que era
sofrer, davam-mo para meu conforto. E segredava para Jesus: Juro-vos que confio
em vós! Recordando que já não tinha crucifixão, senti tão grande dor no meu
coração que me parecia chorar lágrimas de sangue e lembrava-me que se eu fosse
de novo crucificada era bastante para aliviar o sofrimento da minha alma! Que
saudades, que saudades, meu Jesus, não ter agora a crucifixão!
Agora
as aves andam abaixo dos joelhos e sinto o coração a perder a vida divina. Vou
caindo lentamente. Tudo desaparece em mim.
Também
sinto que a humanidade já não bebe com aquela força que bebia, porque o sangue
se vai acabando.
O
mafarrico tem-me consumido a imaginação, pretendendo prender-me às coisas da
terra; mas quanto mais ele tenta fazê-lo, mais Nosso Senhor me eleva para Ele. (Alexandrina Maria da Costa: S. 8 de Maio
de 1942)
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