quarta-feira, maio 05, 2021

AO DIRECTOR E AO MÉDICO

 — Anima-te, meu anjo, e confia sempre


— Anima-te, meu anjo, e confia sempre. Dá ao teu paizinho, minha filha, o meu Divino Coração com toda a doçura, ternura e amor. Dá-lho cheio dos meus agradecimentos pela sua dor e exemplo na sua cruz; é exemplo dos santos. Diz-lhe que me servi de tão grande martírio para reparação de tantos e tão maus sacerdotes. Tudo está a terminar, ele será exaltado, e os exaltados humilhados, e a sua missão continua sempre junto de ti e junto às outras almas. Dá também ao teu médico o meu Divino Coração como nome dele, da esposa e de todos os filhinhos, gravados a oiro. São meus, pertencem-me; são salvos, é de todos o céu. Dá-lhe também os meus agradecimentos, diz-lhe que sou eu que o nomeio combatente livre e vencedor da minha divina causa, causa mais brilhante e prodigiosa. Diz-lhe que redobre os seus cuidados e canseiras junto de ti. É preciso milagre, grande milagre para a tua vida e existência aqui. Dá à Sãozinha a promessa do céu sem purgatório pelo que trabalho pela minha causa divina. Faz-me uma lista das pessoas a quem queres que lhes dê o céu sem irem ao purgatório. Sei muito bem quais elas são e quero condescender com os teus desejos. Vem, minha Mãe, toma o teu lugar de Mãe carinhosa e extremosíssima, dá a vida e suaviza a dor desta nossa filhinha.

Tomou-me a Mãezinha em seus braços, senti-me logo cheia de doçura e amor. Dum lado o seu santíssimo rosto e do outro a sua bendita mão me acariciava. Estava o meu rosto no meio daquela prensa santíssima. Cobriu-me de beijos, senti-me viver.

— Minha filha – dizia-me ela – venho em breve buscar-te para o céu. Antes de expirares, levo-te à presença de Jesus pela minha bendita mão; entre mim e Ele serás conduzida ao paraíso. À tua chegada terás coros de virgens, coros angélicos, toda a corte celeste em hinos, todo o céu em festa.

— Obrigada, Mãezinha. espero-Vos depressa, a não ser que os Vossos breves sejam como os de Jesus. Seja como for, não tenho vontade nem querer próprio. O que quero é a Vossa força santíssima para levar a minha cruz, a pureza do meu corpo e da minha alma, o amor ao Vosso Coração e ao de Jesus, a graça de não O desgostar nunca, nunca. Dizei-me, Mãezinha, estais triste comigo ou está Jesus?

— Não, esposa do meu filho querido. A minha alegria e consolação estão em ti, nada fizeste para me entristecer; tudo fazes para honra e consolação minha e do teu Jesus. Sossega, sossega, meu Filho, sossega a tua filhinha.

— Coragem, sossega, amada do meu Divino Coração. O que te digo é para te firmar e fortalecer no teu martírio. Não me desgostaste, sossega, não o permito. De ti recebo a alegria e amor que o meu Divino Coração deseja. És a loucura do céu, a vida das almas, o encanto da terra, a glória do meu Pai.

Por algum tempo fiquei fortalecida, mas, à medida que as horas foram passando, corri apressadamente a mergulhar-me nas trevas para nelas poder esconder-me de todos e para sempre. Abismada nelas, parecia-me não caberem em mim as ânsias, ânsias doridas, ânsias capazes de dar a morte, ânsias não sei de quê. Que peso o da minha cruz! Mas quero-a, amo-a para sempre. (Sentimentos da alma: 05-05-1945)

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