Que bela lição para mim!
— Ó meu
Deus, tudo o que era triste ocorria-me ao pensamento.
A pouco e pouco
ia-me mergulhando nas trevas lentamente. Que medo arrepiante! Sentia-me só, sem
conforto da terra e do céu. Tremendo abandono! Tenho Jesus, tenho a Mãezinha,
mas sem alívio. O céu estava coberto de nuvens negras e chovia torrencialmente.
Mas na minha alma eram mais negras as nuvens, e a chuva de dores mais forte
ainda. Pela janela os meus olhos viam as folhas verdejantes das vides como que
sofregantes com o orvalho fresco que o céu lhes dava. Que bela lição para mim! Lembrei-me
e perguntei:
— O que
farão as avezinhas para livrarem da chuva os filhinhos? Estendem sobre eles as
asas. Jesus cuida delas, não as abandona. Como poderá Jesus deixar de cuidar de
mim, e a Mãezinha, que tenho uma alma? Oh! como eu me devo alegrar com tudo o
que o céu me dá! Tenho fome e sede de me dar a Vós, de cumprir a Vossa santa
vontade. Venham as humilhações e desprezos, eu quero salvar as almas. (Alexandrina
Maria da Costa: 19-05-1945)
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