quarta-feira, maio 19, 2021

O QUE FARÃO AS AVEZINHAS?

Que bela lição para mim!


O dia foi triste, não porque me faltasse a paz da minha alma, Deus seja louvado, mas porque a minha pobre natureza não podia resistir mais. A dor era imensa, a alma despedaçava-se, todo o meu ser era um trapo rasgado fio a fio.

— Ó meu Deus, tudo o que era triste ocorria-me ao pensamento.

A pouco e pouco ia-me mergulhando nas trevas lentamente. Que medo arrepiante! Sentia-me só, sem conforto da terra e do céu. Tremendo abandono! Tenho Jesus, tenho a Mãezinha, mas sem alívio. O céu estava coberto de nuvens negras e chovia torrencialmente. Mas na minha alma eram mais negras as nuvens, e a chuva de dores mais forte ainda. Pela janela os meus olhos viam as folhas verdejantes das vides como que sofregantes com o orvalho fresco que o céu lhes dava. Que bela lição para mim! Lembrei-me e perguntei:

— O que farão as avezinhas para livrarem da chuva os filhinhos? Estendem sobre eles as asas. Jesus cuida delas, não as abandona. Como poderá Jesus deixar de cuidar de mim, e a Mãezinha, que tenho uma alma? Oh! como eu me devo alegrar com tudo o que o céu me dá! Tenho fome e sede de me dar a Vós, de cumprir a Vossa santa vontade. Venham as humilhações e desprezos, eu quero salvar as almas. (Alexandrina Maria da Costa: 19-05-1945)

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